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17.03.2022POR Helena Pais

Poeiras vindas do deserto do Saara podem ter implicações na saúde

A RUC conversou com o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Carlos Robalo Cordeiro, sobre as poeiras oriundas do Norte de África e as complicações para a saúde

Nos últimos dias, o céu de Portugal ficou coberto por uma nuvem densa de poeira. Para além de causarem alterações na cor do céu, as poeiras vindas do deserto do Saara podem ter implicações na saúde. Carlos Robalo Cordeiro explicou que as poeiras são partículas de pequenas dimensões que se podem instalar na traqueia e nos brônquios e provocar inflamações no sistema respiratório.

O especialista em pneumologia adiantou que as poeiras transportam substâncias que são “agressivas”, principalmente para as pessoas com doenças respiratórias. Segundo o diretor do Serviço de Pneumologia do Hospital da Universidade de Coimbra, as doenças pré-existentes são ativadas pelas substâncias que compõem a poeira.

De acordo com Carlos Robalo Cordeiro, os doentes cardíacos que tenham a capacidade ventilatória reduzida também podem ser afetados pelas partículas em suspensão. O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra acrescentou que os idosos e as crianças são, junto dos doentes respiratórios e cardíacos, os grupos mais frágeis.

Carlos Robalo Cordeiro aconselhou a população a utilizar máscara, assim como evitar a realização de atividades ao ar livre, enquanto o fenómeno das partículas durar.

Prevê-se que as poeiras vindas do norte de África permaneçam no ar até quinta-feira, dia 17 de março.

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