Miguel Franco: “Neste momento temos o sonho de investir em novas infraestruturas.”
Na quinta-feira, dia 17 de fevereiro, houve mais um especial desporto, com entrevista ao secretário-geral do Conselho Desportivo da Associação Académica de Coimbra, Miguel Franco. O Conselho Desportivo da Associação Académica de Coimbra (AAC) foi eleito em Assembleia de Secções Desportivas no passado dia 18 de fevereiro.
O Conselho Desportivo da Associação Académica de Coimbra (CD/AAC) tem sob a sua tutela o domínio e gestão dos espaços desportivos, neste caso o Campo Santa Cruz e o Pavilhão Jorge Anjinho. O Campo Santa Cruz fez 100 anos no passado dia 5 de março, sendo que as celebrações planeadas para o dia 20 foram adiadas de forma indefinida. O diretor-geral do CD/AAC, Miguel Franco, refere que investiu em iluminação Led para o relvado e vai inaugurar, em breve, salas de apoio e reuniões para as secções desportivas poderem utilizar. No entanto, salienta a importância de renovar o piso sintético do campo. Para tal, vai ser necessário encontrar um parceiro que permita o financiamento da obra.
Em relação ao Pavilhão Jorge Anjinho, está a ser usado para treino e competições depois das intervenções efetuadas. Contudo, falta um trabalho de fachada, melhoria dos balneários e investimento em material eletrónico.
O diretor-geral do CD/AAC recorda o impacto da pandemia nas secções desportivas, relembrando que o centro de vacinação funcionou no Pavilhão Mário Mexia e, depois, no Estádio Universitário. Miguel Franco sublinha que havia outras infraestruturas desocupadas na cidade que poderiam ter servido para este efeito e que não houve uma boa comunicação com a AAC, por parte da Câmara Municipal. A situação pandémica colocou, ainda, entraves financeiros, devido à diminuição do número de atletas. Assim sendo, acredita que a recuperação das secções desportivas no pós-pandemia vai ser lenta.
Miguel Franco afirma que uma das bandeiras do anterior mandato, que ainda não terminou, era o investimento nas infraestruturas desportivas. Neste sentido, foi criada uma equipa de trabalho que vai ter 12 meses para analisar a condição das infraestruturas desportivas da Académica: entender que espaços existem e como podem ser aproveitados, bem como nos novos edifícios que a AAC pode vir a ter. O grupo de trabalho vai desenhar um possível projeto de reabilitação/construção e pensar em formas de angariação de fundos.
“Neste momento temos o sonho de investir em novas infraestruturas.”
O diretor-geral do CD/AAC refere que a Universidade de Coimbra deveria entender o desporto como uma prioridade e uma bandeira para trazer novos estudantes para a cidade. Neste sentido, a AAC deveria, segundo Miguel Franco, ser encarada como principal parceira neste objetivo. A Universidade de Coimbra deveria criar sinergias com as secções desportivas, em vez de criar entraves logísticos e económicos ao seu funcionamento.
“Nós não estamos contra pagar [para usar o Estádio Universitário], estamos contra o princípio cego de pagar como utilizador e não como parceiro. Devíamos ser um parceiro-pagador.”
Miguel Franco avança uma série de mecanismos que deviam ser postos em prática, tal como a criação de residências para receber atletas-estudantes que venham de fora.
” Nós estamos a planear fazer algumas [provas] nacionais como internacionais”
O entrevistado admite que a Académica pretende promover eventos desportivos nacionais, mas também europeus e menciona a realização de uma prova europeia de ténis, ainda sem data.
“A Académica do meio do mal é muito desenrascada para o bom”
O convidado relembra que a situação global da academia não é positiva, nomeadamente por estarem em decréscimo de atletas desde o inicio da pandemia. Na sua visão, as secções devem desenvolver estratégias em colaboração com a Direção Geral da Associação Academia de Coimbra (DG/AAC), para atraírem mais atletas de forma a conseguirem mais equipas e mais competitividade. Acrescenta ainda que a Académica está consente a acolher atletas que tenham ficado sem clube devido à situação pandémica e garante que a casa dos estudantes ambiciona oferecer quantidade, mas também qualidade nos resultados, nas infraestruturas e na pratica desportiva.
“Em Portugal o desporto sempre foi só ali uma coisa no canto”
Miguel Franco lamenta a escassa ajuda do Plano de Recuperação de Resiliência destinada ao desporto, no entanto, mostra-se grato pelo apoio financeiro facultado pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) durante os primeiros anos de pandemia.
“Portugal também está hoje no mapa pelo desporto”
O diretor-geral do CD/AAC remata com a importância da prática de atividade física para a sociedade e compara o desporto a uma escola, realçando os valores de solidariedade, companheirismo e de organização que se adquirem, bem como os efeitos positivos na saúde e na atividade económica do país.
Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra no podcast disponibilizado no topo da publicação ou no Spotify da Rádio Universidade de Coimbra.