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12.03.2022POR Helena Pais

Francisco Galveias: “Não se tem de tomar uma escolha [entre o percurso académico e desportivo]”

O jogador de rugby falou com a RUC sobre a adaptação na transição para o escalão sénior, as dificuldades em conjugar o desporto com os estudos e os obstáculos que se colocam na procura por soluções. Também comentou a importância do último título conquistado pela equipa sénior da Secção de Rugby da Associação Académica de Coimbra (SR/AAC).

O espaço de comentário do Observatório do dia 10 de março contou com uma entrevista a Francisco Galveias, atleta da equipa sénior da SR/AAC e finalista da licenciatura em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC).

“O rugby enquanto desporto das camadas jovens acaba por ser muito diferente, sobretudo a nível físico, do rugby sénior”

O atleta da SR/AAC, que subiu à primeira equipa da Académica em 2017/2018, revelou à RUC que transitou diretamente do escalão sub-18 para o escalão sénior, sem passar pelos sub-21 ou pelos sub-23 (não se formaram equipas destes escalões no ano em questão). O jogador da Académica admitiu que a transição foi “muito dura”, porque notou muitas diferenças entre o rugby de formação e o sénior. Para se adaptar, foi necessário, desde logo, conciliar o treino dentro de campo com o ginásio. Além disso, viu-se obrigado a esquematizar o tempo e a gerir as prioridades. Neste sentido, Francisco Galveias confessou que nem sempre foi fácil organizar-se e equilibrar a exigência do ensino superior com a manutenção da posição na equipa de seniores.

“Às vezes, tive que fazer uma coisa que não se devia ter que fazer: pôr o desporto à frente dos estudos, ou o contrário”

Na opinião de Francisco Galveias, é difícil conjugar os estudos com o desporto, particularmente em Portugal. O estudante-finalista da FDUC afirmou que, “às vezes, há um excesso de burocracia”, o que dificulta, na sua perspetiva, a superação de eventuais incompatibilidades entre as atividades desportivas e os estudos, junto das instituições de ensino superior. Ainda assim, garantiu que nunca sentiu estar a perder parte da experiência universitária por ser desportista. Nas palavras do jogador de rugby, é “uma questão de sacrifício e de organização do tempo”.

“Foi um percurso de grande sacrifício coletivo”

Ao longo dos anos, Francisco Galveias viveu vários momentos marcantes com a camisola da Académica. O atleta recordou a conquista da Taça de Portugal, em 2018, da qual participou na final frente ao Agronomia, como um marco importante tanto para a equipa sénior da SR/AAC, como para a própria AAC e, claro, para Coimbra. O internacional sub-20 por Portugal realçou, também, que a vitória na Taça foi uma jornada desafiante, com adversários difíceis e jogos muito competitivos. Neste capítulo, o jovem conimbricense destacou as dificuldades no caminho até à final, lembrando dois jogos em que a equipa só conseguiu a vitória no último minuto. Questionado sobre os “segredos” desta conquista, Francisco Galveias não tem dúvidas: “a dedicação coletiva foi essencial para alcançar o título”.

A Académica venceu a Taça de Portugal em 2018, frente ao Agronomia, por 20-15, num jogo que contou com a narração dos Relatos RUC.

Já a terminar o programa, Francisco Galveias deixou uma mensagem às pessoas que pretendem ingressar no ensino superior e que pensam em abraçar uma carreira no desporto universitário. Para o atleta, “ao início vai parecer tudo inconciliável (…), mas, em última instância, é sempre possível conciliar os estudos com o desporto”.

A entrevista pode ser ouvida na íntegra no podcast que se encontra no topo do artigo.

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