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António Trindade: “Esta comissão de trabalhadores é a concretização de um sonho.”

No Observatório de 15 de fevereiro, falámos com António Trindade, coordenador da Comissão de Trabalhadores da Universidade de Coimbra.

O recém-empossado coordenador da Comissão de Trabalhadores da Universidade de Coimbra (UC) começou por relatar o processo que redundou nesta primeira Comissão de Trabalhadores da UC. António Trindade contou que o processo se iniciou como um sonho em 2009. No entanto, apenas em 2019 lançaram a comissão constitutiva e só em 2021 foi possível realizar eleições.

O funcionário da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) considera que é uma grande responsabilidade representar mais de 3 000 trabalhadores, entre corpo docente, corpo técnico e corpo investigador, uma das maiores comissões de trabalhadores da região centro. O coordenador explicou que a comissão vai trabalhar com nove subcomissões, para agilizar a sua ação.

Um dos temas que preocupa o novo representante dos trabalhadores da UC é a precariedade laboral. António Trindade referiu que o Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP) teve pouco impacto na UC (apenas 3 ou 4 casos), e que o corpo técnico ainda inclui muitos contratos a termo incerto. O coordenador da Comissão de Trabalhadores acredita que seja possível começar a abrir concursos para rejuvenescer os quadros da UC.

Outro problema que afeta os trabalhadores da UC é a situação de desatualização das tabelas salariais, cujos vencimentos das categorias de entrada estão muito próximos do salário mínimo nacional, o que dificulta o recrutamento de profissionais competentes. Para António Trindade, é necessário uma maior valorização profissional e reconhecimento dos trabalhadores da UC. O dirigente explicou que uma das formas que o permite fazer sem grandes custos para a UC é a mobilidade inter-carreiras, instrumento através do qual já se conseguiu valorizar cerca de 90 pessoas desde 2019.

António Trindade pretende também exercer influência política para implementar medidas que ultrapassam o âmbito da UC, como sejam a subida das tabelas salariais e a reformulação do Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP), cujas quotas “limitam a ambição e a valorização dos trabalhadores”. Com todas estas limitações, o dirigente considera que, neste momento, a “Função Pública não tem perspetivas de carreira”.

António Trindade pretende ainda que a UC mantenha a possibilidade de teletrabalho após a pandemia, dado que o sistema funcionou muito bem e a UC tem plataformas tecnológicas que permitem que as pessoas trabalhem à distância de forma produtiva e melhorar o equilíbrio entre a vida profissional e familiar

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