CDU percorreu o distrito, ouviu instituições e fez da rua uma festa
No decorrer da campanha eleitoral para as eleições legislativas de 2022, a Rádio Universidade de Coimbra acompanhou de perto os momentos mais marcantes organizados pela Coligação Democrática Unitária (CDU) em Coimbra.
Entre comícios, visitas ao edifício sede da Associação Académica de Coimbra e arruadas, a CDU destacou ao longo de janeiro que, apesar de não terem eleito nenhum deputado pela círculo de Coimbra nas últimas eleições, fizeram muito mais pela cidade e pela região do que os deputados com assento parlamentar.
Entre apoiantes e dirigentes políticos, a palavra de ordem foi “ Estamos prontos para eleger um deputado”.
Janeiro teve um começo turbulento para a CDU. A hospitalização do secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa e a saída abrupta de campanha do deputado João Ferreira, (também por motivos médicos), podiam ter ditado um início de campanha débil para a coligação entre o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista “ Os Verdes”.
Todavia, as ambições dos militantes e dos deputados da CDU pelo círculo de Coimbra, conseguiram superar os contratempos que a pandemia colocou no rumo do partido. Um novo som de esperança já se ouvia nas ruas.
Para colmatar a ausência dos grandes quadros do partido, o comício organizado pela CDU no Convento São Francisco, contou com a presença da arma secreta alentejana do partido: João Oliveira.
O serão organizado no segundo piso do edifício de Santa Clara não podia deixar de começar com um momento musical, não fosse o candidato pelo círculo de Coimbra Manuel Pires da Rocha, professor de violino no conservatório da cidade.
A música deu lugar à oratória, e em sinal de respeito para com os camaradas enfermos, o mandatário distrital, Jorge Seabra, lamentou a ausência de Jerónimo de Sousa e João Ferreira.
Jorge Seabra, a par de todos os outros membros da CDU, salientou o impacto que o partido teve no distrito em dois anos de legislatura, mesmo sem deputados eleitos.
O membro do PEV, Paulo Coelho preferiu, por outro lado, focar a sua intervenção na antecipação das eleições legislativas. Em seu entender, a dissolução das Assembleia da República não passa de uma estratégia do PS, em cumplicidade com o Presidente da República, para tentar governar numa maioria absoluta.
O público não poupou aplausos a Manuel Pires da Rocha. O cabeça de lista por Coimbra enfatizou no seu discurso a luta da CDU contra a manipulação de consciências efetuada pelos” donos do poder económico e financeiro”.
Na sua visão, o território de Coimbra tem sido alvo constante de “ políticas de destruição” nos vários setores estratégicos da região, como a saúde, a educação e ciência, a floresta e a indústria naval.
Pires da Rocha apelou ainda, no final da sua intervenção, à participação individual de “cada ativista”, com vista a tornar realidade os objetivos de eleição de um deputado por Coimbra.
João Oliveira chegou de rompante ao auditório do convento de São Francisco. Com o seu sotaque alentejano, o candidato clarificou as metas do partido para estas eleições. O membro da CDU deixou transparente que as legislativas elegem deputados e não primeiros-ministros, como fazem crer o PS e o PSD.
O membro do comité central da CDU, quer inovar no forma com que a população interage com os seus deputados. Num tom cómico, João Oliveira reporta que em anos anteriores, os Conimbricenses desconheciam por completo os seus representantes em São Bento.
Na noite dedicada aos temas da educação, João Oliveira reiterou a importância da profissão de docente, a importância da educação na formação de sociedades coesas, informadas e ativas e ainda fez um novo apelo à abolição da propina e à qualificação da escola pública.