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Eleições Legislativas 2022: Grande Debate (Minuto a Minuto)

Propostas para o país e para a cidade de Coimbra estão no centro da discussão promovida pela RUC, pela DG/AAC, pelo jornal A Cabra, e pela tvAAC.

No âmbito das Eleições Legislativas, a Rádio Universidade de Coimbra (RUC), em conjunto com a Direcção Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), com o Jornal Universitário “A Cabra” e com a tvAAC,  recebe hoje, pelas 20h30, os candidatos dos partidos com representação parlamentar que se candidatam à Assembleia da República pelo círculo de Coimbra. Com este debate, procuramos dar voz às propostas prioritárias de cada candidatura, dando palco aos candidatos das diversas forças políticas que reclamam um lugar na Assembleia da República.

O debate decorre a partir do auditório da Faculdade de Economia, cedido pela Universidade de Coimbra (UC), e vai ser transmitido em 107.9FM, em ruc.pt e via Facebook tvAAC, contando com a moderação de Gonçalo Pina da RUC, Tomás Barros d’A Cabra e Pedro Domingues da tvAAC. Em representação dos partidos vão estar: José Manuel Pureza pelo Bloco de Esquerda (BE), Jorge Almeida pelo Centro Democrático Social (CDS), Manuel Pires da Rocha pela Coligação Democrática Unitária (CDU), Orlando Monteiro da Silva pela Iniciativa Liberal (IL), Rui Mamede pelo Livre, Mónica Quintela pelo Partido Social Democrata (PSD), Marta Temido pelo Partido Socialista (PS), João Fontes da Costa pelo Pessoas Animais Natureza (PAN) e Paulo Ralha pelo Chega.

Este debate, que deve incidir nas questões relacionadas com o país e com o distrito de Coimbra, foi dividido em 3 diferentes momentos: para começar, vai haver oportunidade para que as candidaturas se apresentem. De seguida, serão realizadas 4 rondas de perguntas acerca de temas decididos previamente pelos moderadores. Por fim, haverá espaço para alegações finais.

Pode acompanhar aqui as intervenções dos protagonistas:

 

Intervenções Iniciais

IL –  Afirma que os eleitores têm um conjunto muito variado de razões para votar IL. As soluções que se têm vindo a apresentar nos últimos 40 anos não têm resultado para o país: têm provocado imigração forçada, estagnação económica e excessiva centralização. Refere que existe uma falência dos grandes sistemas sociais, como a segurança social e a saúde.

Chega – As expetativas são grandes, salienta que existem muitas pessoas a confiar no Chega. Afirma que existe um divórcio entre os portugueses e o sistema político. O Chega promete lutar contra a corrupção de forma pragmática. A corrupção tem deteriorado a imagem política do país e abre espaço para a ascenção de um partido como o Chega. Quer repor dignidade e segurança para os portugueses e para as empresas. Promete redução de impostos e regularidade no cumprimento das obrigações fiscais. Acrescenta que o Chega não é um partido fascista nem xenófobo.

LIVRE – Afirma que o LIVRE quer oferecer uma oportunidade de transitarmos para uma sociedade mais justa, que não deixa ninguém para trás. Foco no combate à crise climática – as prioridades económicas não podem estar acima do bem-estar das pessoas e do espaço que as acolhe. Quer aproveitar o PRR e o plano de recuperação económica para promover um green new deal. Aposta na transição energética para criar empregos verdes. Refere que é fundamental diminuir a semana de trabalho e ter mais dias de férias, com o objetivo de libertar os/as cidadãos/ãs para que estes possam construir coletivamente a sociedade.

PAN – Começa por dizer que o PAN é o único partido verdadeiramente ambientalista e que a emergência climática não pode ser ignorada. As economias mais desenvolvidas são aquelas que têm um partido ambientalista nas coligações do governo. Afirma que o PAN foi reconhecido pela Associação Zero como o partido com o programa mais extensivo na área ambiental. Aposta numa economia de bem-estar e de felicidade.

CDS – Afirma que o CDS traz uma mensagem de esperança e que o partido se preocupa com as várias valências da sociedade, não só ambiente, mas também economia, saúde, etc. O foco do programa do CDS são as familías. Propõe medidas de apoio para as famílias e redução da carga fiscal, acrescentando que o país  necessita de gerar riqueza. O CDS tem esperança de eleger um deputado pelo círculo eleitoral de Coimbra e fazer parte da solução governativa.

CDU – Refere que a CDU é uma opção de confiança, dpeois de tantos anos de luta. Relembra que as eleições vão eleger deputados e não um primeiro-ministro. Avança 5 palavras principais: salários, pensões, direitos e ecologia. Aposta no aumento do salário mínimo. Pretendem avançar os direitos à educação, cultura, desporto. Na saúde, é importante reverter as privatizações e as externalizações.

BE – Começa por esclarecer que as eleições para a Assembleia da República não são eleições para primeiro-ministro, o que ficou muito claro em 2015: estas eleições não são uma disputa entre António Costa e Rui Rio. É através das conjugação de forças dentro do Parlamento que se vai criar uma solução governativa. O BE refere que não alinha em blocos centrais, nem em coligações de direita e pode impedir a extrema direita de eleger.

PSD – Nota que o PSD governou sempre em períodos muito difíceis, ou seja, o PSD sempre governou depois do PS ter posto o país em bancarrota. Sublinha que o período da austeridade está ultrapassado e nos últimos anos observámos um crescimento a nível europeu. A solução governativa à esquerda participou na estagnação do país. Os jovens estão confrontados a uma série de problemas, nomeadamente problemas de acesso à habitação e falta de oportunidades. O PSD quer ser um projeto alternativo para que Portugal não continue na cauda da Europa. Aposta na redução dos impostos.

PS – As garantias que o PS oferece são aquelas com que sempre se apresentou aos portugueses. O programa do PS apela à confiança num partido que combina preocupações com as famílias, com as empresas, e com a necessidade de ter um Estado capaz de proteger os seus cidadãos/ãs quando eles/as mais precisam. Portugal precisa de retomar os níveis de crescimento que se prefiguravam no final de 2021. O programa do PS contempla creches gratuitas até 2024; aumento do salário mínimo até 900 euros; IRC mais adaptado para as empresas, um país mais sustentável ambientalmente. Acrescenta que o PS tem experiência em governar nos períodos mais difíceis.

 

Saúde 

IL – O SNS está em colapso, não consegue dar respostas às necessidades dos/as utentes, sendo que não vale a pena persistir num sistema que não está a funcionar. Refere que o SNS tem mais de um milhão de pessoas sem médico de família e é um serviço caro para os resultados que vai obtendo. O SNS tem profissionais de exclência que são reconhecidos fora de Portugal, no entanto, vive com contradições de base. A solução proposta passa por utilizar a oferta disponível no setor privado e no setor social, para um serviço mais célere e eficaz. Acresce que as promessas da nova maternidade proclamadas pelo PS não têm sido concretizadas.

LIVRE – O LIVRE é contra o desmantelamento do Centro Hospitalar dos Covões. Os serviços de sáude têm passado de uma matriz pública para um setor fortemente bipolar, entre os serviços que são assegurados pela esfera pública e pela esfera privada. Existe alguma incoerência na narrativa do país estagnado. Os grupos económicos que se instalaram e que têm ganho relevância, foram justamente instalados dentro deste governo que queria ir para além da Troika. Afirma que os privados se preocupam sobretudo com o lucro, recordando que muitos fecharam as portas quando foi necessário tratar doentes Covid. Por iss, aposta no fortalecimento do SNS.

Acrecenta que a nova maternidade corre o risco de ser o Metro Mondego, apenas mais um click bait para trazer a atenção do eleitorado. Na prática, refere que ainda não houve qualquer avanço em relação à questão.

BE – A localização da nova maternidade não nos pode distrair das condições de funcionamento das duas maternidades que já existem. Salienta que o prioritário é que as duas maternidades tenham condições para funcionar. Existe um envelhecimento das equipas clinícas, o que faz com que a qualidade de reposta seja pior, apesar da qualidade dos profissionais. O desmantelamento do Centro Hospitalar dos Covões tem sobrecarregado o Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra (CHUC). Aposta no reforço dos cuidados de saúde primários. Há uma falta de médicos de família em Coimbra. Necessária uma política diferente no que toca à oferta de cuidados hospitalares. Propõe uma alternativa virtuosa para o Hospital dos Covões, resgantando para ele muitas das valências que lhe foram retiradas, sem qualquer justificação ou estudos. Equaciona também a localização da maternidade no Hospital dos Covões, visto que a sua colocação no CHUC é um erro do ponto de vista urbano e sobrecarrega ainda mais o hospital.

CDS – Começa por dizer que as listas de espera na saúde são inadmissíveis e causam muito sofrimento aos portugueses. O CDS defende a rápida resolução deste problema. Existe pouco investimento no SNS e uma má gestão. Segundo o candidato, é preciso apoio das IPSS e extender as parcerias que já existem. O que é importante é ter cuidados médicos, não sendo importante se o médico é pago pelo setor público ou privado. Pretende resolver os problemas dos portugueses e não assumir posições ideológicas. Avança a medida do vale farmácia, para que os idosos possam ter melhor acesso aos medicamentos.

CDU – Afirma com humor que de repente (durante o debate) se descobriu que toda a gente gosta do SNS. A fusão dos hospitais foi má, se repararmos naquilo que é hoje a prestação dos cuidados de saúde na cidade. A CDU esteve empenhado na luta para reconstituir a unidade de saúde de Cantanhede. Temos vindo a assistir a uma externalização excessiva dos serviços de saúde. Afirma que é necessário tornar mais robusto o SNS, em meio e contratos. O parque privado de saúde de Coimbra é para arregalar os olhos, mas também para nos preocuparmos: os privados representam o negócio da doença. O SNS é um dos grandes símbolos do 25 de abril e da democracia portuguesa.

PSD – Refere que a saúde tem que chegar à população, pois há serviços básicos que fazem parte do Estado social que têm que ser garantidos. A Pampilhosa da Serra não tem médicos de familía. Existem ainda grandes problemas de acesibilidade na região. Devem ser criados serviços de saúde primários, para que as pessoas não tenham que vir para Coimbra sobrecarregar as urgências. Acrescenta que o “CHUC, qualquer dia, está transformado num hospital distrital”. Afirma que é inadmissivel que a urgência no Hospital dos Covões esteja fechada durante a noite. A fusão não foi feita com uma gestão racional. Reforça que o PSD não quer privatizar a saúde.

Chega – A fusão dos hospitais deve ser revertida. Com a fusão, o CHUC está a gastar mais 5 milhões e a ser mais ineficiente. Afirma que não se pode olhar a saúde observando apenas o setor público. Uma operação às cataratas pela ADSE no privado, custa à ADSE 1420 euros. Se for o Estado a pagar a mesma operação num hospital público, essa operação custa no mínimo 2700 euros. Estes números mostram a ineficiência do SNS. O Chega quer apostar numa saúde de proximidade e nas unidades de saúde locais, porque as pessoas devem ser tratadas nos seus conselhos. Defende a reabertura total dos Covões.

PAN – Os cuidados de saúde primários são fundamentais. Seis dos concelhos do distrito não têm unidade de saúde familiar. Defende um serviço de maior proximidade aos utentes e às zonas mais depovoadas. Além disso, é necessário atraiar os profissionais para as áreas mais desertificadas, nomeadamente através da criação de mais unidades de saúde. O modelo das unidades de saúde familiares deve ser universalizado.

A maternidade, estando no CHUC, iria trazer ainda mais problemas para a utilização do espaço. Acresce que existe a possibilidade de tirar muitos utentes dos CHUC para os transferir para os Hospitais dos Covões.

PS – Começa por referir que fusão entre CHUC e Centro Hospitalar dos Covões foi decidida em 2011. Depois, houve um conjunto de decisões que foram tomadas, nomeadamente o encerramento da urgência noturna nos Covões, em 2014. Existe um conjunto de decisões que acontecem em Coimbra e também noutras zonas do país. No entanto, em Lisboa ou no Porto, a população não reivindica a separação de hospitais que foram concentrados. A integração vertical dos hospitais e a criação de centros hospitalares foi um marco histórico. As concentrações dos hospitais podem ser vantajosas até um certo nível. Acresce que existe um plano estratégico para o CHUC que foi desenvolvido com o apoio da FEUC e que define, neste contexto, quais são os serviços que devem ficar em cada unidade. Para o Centro Hospital dos Covões estão previstas diferentes valências, como cirugia, centro ambulatório polivalente, medicina do sono, etc., e ainda um edficício novo. A maternidade vai ficar nos CHUC simplesmente porque é o local que melhor pode assegurar os cuidados e segurança clínica para as mulheres e utentes: é uma decisão técnica.

 

Habitação

IL – Afirma que não compete ao Estado estar a transacionar património. Nos países liberais, o que existe é que o vasto património do Estado é colocado à disposição de privados para que estes sejam utilizados pelas pessoas. Uma economia que funcione é capaz de chegar a todos. Refere que são necessárias políticas mais liberais que induzam mais investimento, com uma fiscalidade mais amiga, com menos EMI e menos carga fiscal – para que a habitação possa chegar às pessoas com preços confortáveis.

BE – Ninguém tem a ilusão de fazer propostas miraculosas. Em Portugal, existe uma condição de arrendamento difícil, com preços exorbitantes. Refere a especulação imobiliárias, resultante de vários fatores, como o turismo. O parque habitacional público é cerca de 2% do total das habitações, o que é muito inferior à média europeia. Uma política liberal nesta matéria é simplesmente o que existiu com a Lei Cristas: uma liberalização dos arrendamentos, que fez disparar os preços. O PS propôs, em 2017, o aumento da oferta pública em habitação em 170 00 alojamentos. No entanto, olhando para o PRR, o assumido fica muito aquém do prometido. Devem ser criadas condições para a colocação de casas a preços acessíveis, através de operações de reabilitação, podendo o Estado investir nestas reabilitações. Sublinha que é necessário limitar o alojamento local por zonas urbanas, porque isso é uma forma de limitar os efeitos especulativos. Existe um instrumento que é o da posse administrativa, que não tem sido suficientemente utilizado, que permite colocar edifícios devolutos no mercado.

PSD – O programa que o PSD tem para habitação assenta na sustentabilidade social, económica e ambiental. Dentro da sustentabilidade social quer renovar o programa Porta 55 e dar mais apoios aos jovens para que estes possam adquirir a sua primeira habitação. Fala de rendas sociais, rendas acessíveis e residências de estudantes. Propõe-se a duplicar as residências estudantis até 2026. O probelam da habitação não se resolve através do confisque aos senhorios. O Estado tem que ser capaz de criar um serviço social de habitação, porque mais de 1/4 da população portuguesa vive em pobreza habitacional.

PS – Durante muitos anos a política de habitação foi focada apenas nos mais pobres. Está atualmente em consulta pública o Programa Nacional da Habitação, em linha com as Leis Bases da Habitação. O PS vai prosseguir esse caminho. Propõe apoio ao cooperativismo para compra de habitação e apoio aos municípios. O probema da habitação afeta todo o país. Algumas medidas referidas: criação de bolsa nacional de alojamento urgente; reforçar a garantia do direito à habitação; intensificar a luta contra a discriminação no acesso à habitação, mas, também, continuar a investir num parque habitacional público.

CDS – A Lei Cristas tem um tempo e um modo que já foi ultrapassado. As Leis podem e devem ser alteradas, só uma cegueira ideológica que o CDS não tem levaria a dizer que não. Apresenta medidas, tais como a isenção total de impostos para os jovens que queiram comprar primeira habitação. Acresce que os impostos que incidem sobre a habitação são muito elevados. Por outro lado, os tempos de licenciamento demoram anos, o que não incentiva as pessoas a investirem. Os imóveis são caros porque existe uma grande carga fiscal. Por isso, refere que o CDS defende a redução da carga fiscal. O CDS propõe várias medidas para dinamizar o arrendamento.

CDU – Relembra que a habitação é um direito constitucional e humano, e não de um bem de consumo. Existem pessoas sem rendimento e sem recursos acabam por ser despejadas. Refere que a Lei Cristas gerou uma onde de despejos por todo o país. Do dia para a noite, as rendas podiam subir astronomicamente e as pessoas não podiam continuar a pagar. Por outro lado, o Estado tem que intervir na questão da habitação. A CDU é adepta de uma economia mista, uma economia de mercado, mas com uma intervenção corajosa da parte do Estado, que tem obrigação para com os/as cidadãos/ãs. Grande parte do parque habitacional que temos está nas mãos de fundos imobiliários, entidades focadas principalmente no lucro. Por exemplo, um estagiário ou um bolseiro de investigação não pode comprar uma casa, nem contrair crédito. Salienta a pobraza energética vivida em Portugal.

Chega – Refere que o Chega apoia uma facilitação do acesso ao crédito por parte dos jovens. Afirma que quem quer empreender uma obra enfrenta uma carga burocrática muito exagerada, o que encarece uma série de fatores e o preço final da habitação. O Estado tem uma entidade chamada Estamos que tem na sua posse muitos prédios que estão abandonados em várias cidades do país. O Estado deveria pegar nestes edifícios, renová-los e metê-los no mercado. O setor público tem capacidade de regular o mercado através destes imóveis que estão na posse da Estamos. Avança o estabelecimento de prazos máximos para a emissão de licenciamentos.

LIVRE – O parque imobiliário deve ter condições de melhor conforto térmico. Refere que Portugal é o país da Europa ocidental onde se passa mais frio, o que está relacionado com um historial de descuido na construção, com a degradação do parque habitacional antigo e degrado e com a forma como os apoios são entregues. Os meios financeiros disponibilizados pelo fundo ambiental são difíceis de aceder. Propõe uma reabilitação do parque habitacional.

PAN – Relembra que habitação é um direito constitucional, por isso, os imóveis públicos não podem ser entregues à iniciativa privada. Defende fortalecimento de bolsas de habitação municipais. Para a habitação jovem, refere a necessidade de criar algumas medidas de revisão do programa Porta 55, que não contempla, por exemplo, as cauções. Avança a conversão de imóveis públicos para criar habitações para estudantes, onde estes possam ficar até um ano após a finalização do curso. Defende a alteração do valor do IMI e um mecanismo de aval do Estado para facilitar a compra da primeira habitação. Relembra que se “morre de frio em Portugal”.

 

Regionalização/Centralização

PAN – Trazer os cidadãos para as decisões é essencial. Um novo referendo para a regionalização sem alteração da lei só resultará num novo adiamento do processo. O PAN pretende que o próximo referendo tenha decisão vinculativa. Já existem algumas competências a serem hoje em dia atribuídas aos municípios, mas é necessário perceber como tudo se vai articular quando falamos da regionalização. É preciso saber que entidades têm que competências. A lei orgânica das CCDRC tem que ser alterada. Sem estas clarificações, a regionalização não terá como avançar com sucesso.

LIVRE – Recorda que, na era Covid que vivemos, existe uma oportunidade para povoar o interior, uma vez que o trabalho remoto permite que as pessoas se fixem em sítios que não são os que providenciam a sua subsistência. O LIVRE defende um plano de formação para PMEs para capacitar as empresas a reagir às necessidades e aos impulsos dos novos âmbitos económicos. Existem também profissões que devem ser fortemente incentivadas para que possam combater assimetrias territoriais. O que é essencial é criar condições para que as pessoas possam viver bem sem ser desligadas dos seus lugares de origem.

Chega – O Chega é contra a regionalização. Em Portugal, um país pouco transparente, afirma que a regionalização vai acrescentar mais custos, duplicar estruturas, duplicar burocracias e complicar ainda mais a vida aos cidadãos. Ao invés disso, o Chega defende o reforço dos poderes dos organismos já existentes, como as Comunidades Intermunicipais. Relativamente ao interior do país, o partido defende a eliminação das portagens e o fim das burocracias para projetos nestas zonas do país.

BE – Aposta na democracia local. Afirma que não precisamos de embaixadores do interior, mas decisores politicos que sejam capazes de gerir o território de forma democrática. Tem de haver capacidade de se desenhar políticas tendo em conta cada local, cada território e cada população. A pior progressão que podemos fazer perante a situação atual é a de municipalizar políticas sem dotar os municípios de meios para atuar. A regionalização em Portugal acontece através das CCDRs, mas não é democrática.

CDU – A regionalização e descentralização são dois conceitos complexos. A descentralização não é mais do que uma desresponsabilização. Houve um acordo entre os partidos do centro que acabou por conferir autoridade às autarquias sem lhes dar os meios necessários. O que precisamos é de organismos públicos que possam funcionar no sentido de desenvolverem o nosso país. Sem investimento claro na educação, saúde e cultura, sem meios regionalmente organizados para trabalhar nas redes, sem um plano de mobilidade, não vamos conseguir desenvolver o interior. Tem de haver um preço justo pago aos agricultores, ao artesanato, aos produtores local e às fileiras florestais. Por um lado falamos de investimento, mas por outro lado assistimos a um desinvestimento.

IL – Acrescenta que é preciso devolver o poder às pessoas. Os cidadãos continuam muito longe dos centros de decisão. O salário minímo municipal ou o horário de abertura das escolas não tem que ser determinado por uma repartição central em Lisboa. Orlando Monteiro da Silva, ao referir-se ao tema da regionalização, relembra uma música antiga “Parole Parole Parole”: palavras são muitas mas quanto existem oportunidades de acção acabamos por ficar apenas com as palavras. Os mesmos que defendem a descentralização, foram aqueles que chumbaram propostas como a mudança do Tribunal Constitucional para Coimbra.

CDS – O CDS é contra a regionalização. Portugal é um país economicamente frágil, com reformados com reformas de 200€, com listas de espera para a saúde, um país cada vez mais assimétrico. A regionalização pressupõe mais uma camada de funcionários públicos que o contribuintes não podem suportar. O CDS é a favor da descentralização como um meio de um dia eventualmente chegar à regionalização. É preciso transferir competências para os municipios, para as CCDRs para as CIMs, melhorando os niveis de gestão sem camadas de despesa adicionais. Os portugueses querem um país mais bem gerido, mais competitivo e que atraia mais o investimento.

PS – O tema da descentralização é muitíssimo importante. É preocupante quando candidatos representantes do povo têm tanta desconfiança nos processos de designação de titulares políticos. Custa muito quando se olha para as tentativas de agilizar a máquina do Estado e aproximar o governo central da população e a primeira coisa que se diz é que vai gastar mais dinheiro. Sublinha que, se não conseguirmos trabalhar com proximidade com as populações, dificilmente conseguiremos encontrar as respostas certas. Quanto à questão do Tribunal Constitucional, o PS defende que este possa vir para Coimbra, desde que se façam estudos necessários à sua colocação.

PSD – O PS não tem estudos nenhuns que justifiquem a transferência do Tribunal Constitucional para Coimbra. Refere que a descentralização é muito importante, é um passo simbólico. O PSD está disponível para uma discussão e para equacionar a instalação de regiões administrativas que permitam uma melhor distribuição de competências. A melhoria dos serviços públicos não pode representar um aumento de encargos e não podemos estar a “fazer vários governos para aumentar um clientelismo que quem paga é o cidadão”.

 

Ferrovia

PSD – Refere que uma viagem de comboio Coimbra – Figueira da Foz demora 1h10m. Para alguém que tenha de recorrer a este transporte, duplicando o tempo, são mais de 2h que se perdem no transporte. O comboio é o que queremos em termos de transporte do futuro mas é imperativo agilizar estas viagens. O PSD defende também a requalificação da via do Oeste e a passagem do comboio de alta velocidade por Coimbra. Quanto ao Metro Mondego, muitas pessoas ficaram sem terrenos e até sem casas, interrompeu-se o trajeto entre Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo e o processo ficou parado sem dar qualquer resposta. Há muito que deveria ter arrancado novamente e não há previsões, o que considera inaceitável.

PAN – Quer ligar todas as capitais de distrito e quer que a ferrovia seja uma solução para o novo aeroporto, que deverá utilizar as instalações de Beja com uma ligação de ferrovia de alta velocidade até Lisboa. A ferrovia deve ser o meio de transporte preferencial e Coimbra não pode ficar de fora no que diz respeito ao comboio de alta velocidade. É preciso, também, garantir que a ferrovia tenha uma ligação intermodal com os outros transportes, não só em Lisboa, mas noutras regiões.

LIVRE – O LIVRE propõe um passe nacional global. Só é possivel conferir o direito às pessoas de utilizar a rede instalada se esta for articulada de forma muito mais efetiva. É fundamental articular os vários mecanismos de transporte colectivo. O Metro Mondego representa um downgrade das condições de transporte colectivo em Coimbra. Um modelo de desenvolvimento baseado na especulação imobiliária – como é o caso do Metro Mondego – não vai ser concretizado e não vai servir a população. Acresce que ferrovia é o futuro, basta olhar para o resto da Europa.

IL – Afirma que é preciso introduzir nos concursos internacionais e nos mecanismos procedimentais, concorrência que seja adequada para que o investimento na ferrovia não continue a ser só palavras sem concretizações. É preciso um investimento na ferrovia, em soluções de transporte colectivo de qualidade, mais verdes e integradas num plano nacional. É de lamentar as condições de horários e de higiene na linha norte-sul. Se a IL fizer parte da decisão, muito se vai alterar.

CDU – A ferrovia é provavelment o transporte que vem do passado que mais tem implementação no futuro. A extinção dos ramais da Lousã foi uma maldade que se fez ao tecido económico. As empresas deixaram de conseguir ter uma utilização mais eficiente de uma via de transporte com valências de transporte humano e de mercadorias.
O comboio necessita de meios de transporte complementares como os SMTUC, que também precisam de ser melhorados. Portugal tem muito mais investimento na rodovia que na ferrovia – mais do dobro da média europeia. Afirma que a ferrovia é essencial para o nosso país, mas nós temos vindo assisir ao seu desmembramento sistemático.

PS – Existem questões técnicas e questões de timmings de execução. Muitas vezes, a concretização de projetos como o Metro Mondego levam tempo demais e algumas decisões mal avaliadas acabam por tornar o processo ainda mais longo. No entanto, neste momento, não há dúvida que o Metro Mondego vai ser uma realidade e que as várias obras que estão em curso vão permitir que esta solução seja uma realidade a curto prazo. O último governo apostou na ferrovia e fez vários melhoramentos. A ferrovia é absolutamnete essencial mas não é o única preocupação. Existem outros troços, com outros meios de transporte que têm problemas que também não podem ser ignorados.

Chega – O Chega defende a requalificação da linha do Oeste, desviando a ferrovia para a margem sul e a deslocação do porto da Figueira da Foz também para a margem sul, criando um complexo industrial. Desta forma, a ferrovia poderia servir de meio para exportação e importação, servindo a população, a indústria e o desenvolvimento da região.
O MetroBus é fruto de muitas trapalhadas e estudos demasiados prolongados e burocráticos e gastos desnecessários. No entanto, se já temos o plano, devemos segui-lo para servir a população da Lousã e a indústria.

CDS – Para o CDS, a ferrovia é essencial para a coesão do território. Em Portugal, nos últimos anos, temos estragado o que herdámos. A ferrovia é o transporte do futuro. Temos que apostar na competividade do país e a ferrovia é um meio para fazer isso. A rede de alta velocidade faz falta ao nosso país, quer para os trabalhadores, quer para o turismo, mas é inaceitável que a rede de alta velocidade não passe em Coimbra ou que a estação fique tão longe d0 centro da cidade. O país precisa de captar investimento, de facilitar a vida às empresas e o investimento na ferrovia é crucial nesse sentido.

BE – A solução ferroviária é a solução adequada para servir as populações e as empresas. Em Portugal, temos por hábito deixar degradar as situações o mais possivel, para depois se legitimarem soluções que não são as melhores – foi o que aconteceu no caso da remoção do ramal da Lousã. Há uma grande miopia, política e económica,  acente numa gestão de curto prazo e a ferrovia na região de Coimbra, particularmente na Lousã, prova isto mesmo.

 

Alegações Finais

PS – O PS deixa um apelo à memória do que feito feito nestes últimos 6 anos, nomeadamente pelas condições de vida dos portugueses. Acrescenta que sempre conseguiram reunir condições de governação. Foco no papel dos serviços públicos. O que faz a diferença na vida das pessoas é o salário, o emprego e as escolas. Finaliza dizendo que a escolha está nas mãos dos portugueses.

PSD – Em 26 anos de governação, 20 foram do PS. O PSD assumiu o governo sempre a seguir à bancarrota. Ferrovia, saúde, justiça, acessibilidades, demografia, coesão territorial – está tudo mal. É necessário não perdermos mais possibilidades de sermos geridos de forma séria, rigorosa e segura. Acrescenta que PSD é a única força política que efetivamente pode dar novo futuro a Portugal.

BE – Durante 6 anos, Coimbra teve uma voz do Bloco de Esquerda no parlamento e travou várias lutas pela região. A escolha que se nos oferece agora é de manter essa voz ou deixar eleger a extrema direita. Escolher com coragem sem cedências ao medo, votar com sentido naquilo que queremos, o que em Coimbra só pode ser BE.

CDU – Votar CDU é defender o Ensino Superior, a Cultura e o Desporto, que são também as marcas da Associação Académica de Coimbra. Recorda que foi das mãos da CDU que saíram soluções para a governação do país. Votar na CDU é votar na construção de um futuro para todos nós, num futuro em que seja possível viver em Portugal com toda a riqueza que o nosso país tem. Finaliza dizendo que o voto na CDU é um voto seguro.

CDS – Coimbra tem sido a capital das obras inacabadas. É tempo de dizer basta e mudar o ciclo político. O voto na CDS é um voto que permite esta mudança. O CDS é um partido que se preocupa e que tem soluções. Não procurem o CDS noutro lado porque não o vão encontrar.

PAN – O PAN apresenta o único programa animalista e verdadeiramente ambientalista, e já provou com o trabalho continuado na Assembleia que não se lembra destas causas só nas campanhas eleitorais. Acrescenta que os restantes partidos enquadram as suas visões numa política e lógica ecocêntrica. Refere que cada voto conta e cada voto no PAN conta pelas pessoas, pelos animais e pelas natureza.

LIVRE – Até dia 30 vamos ser todos sujeitos à pressão do voto útil. Os portugueses têm que decidir se querem ir para o lado do progresso, do bem coletivo, de uma sociedade mais solidária; ou se para o lado onde vão ver alienados os bem comuns e reduzidos os organismos públicos e infraestruturas do Estado. Podem contar com o LIVRE para fazer parte de uma solução que permita que amanhã haja mundo.

Chega – O apelo é à mudança. É preciso mudar o sistema na sua raiz. O Chega tem capacidade, quer na região, quer no país, para apontar o dedo ao que está mal e corrigir os problemas que nos afetam. Na saúde, na educação, nas acessibilidades. Não é com políticas que não deram frutos em 46 anos que vamos mudar o país. O único partido que pode trazer realmente a mudança é o Chega.

IL – Precisamos de alternativa em Portugal e não de alternância. Precisamos de políticas mais liberais que possibilitem mais investimento, mais emprego e mais atratividade para as empresas. Acrescenta que “se não querem o mesmo, votem diferente, votem Iniciativa Liberal”.

Em breve, vai poder consultar o debate na íntegra no serviço de Podcasts RUC e na plataforma Spotify.

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