Associação Saco da Baixa realiza o quarto módulo do Workshop ” Lanolina”

Esta é uma de cinco edições da atividade que contribui para a difusão de conhecimento, entre os moradores da Baixa, sobre a origem, produção e distribuição da lã e dos têxteis.

Apesar do sucesso do workshop, a presidente da associação Saco da Baixa, Catarina Pires, não tem dúvidas em afirmar que a missão da organização é muito maior do que apenas ensinar residentes seniores sobre a artes dos lanifícios.

A associação “Saco da Baixa”, criada em 2016, tem como objetivo a dinamização cultural e artística da Baixa da cidade de Coimbra.

Através da realização de atividades que fomentam a transmissão de experiências e memórias de uma das zonas mais antigas da cidade a associação apela à participação dos seus moradores, em particulares, senhoras com mais de 55 anos e desempregadas.

Apesar da inatividade nos últimos anos, o projeto foi retomado durante a pandemia para fazer face ao impacto social e mental que os confinamentos tiveram nos idosos da zona.

Entre as várias parcerias estabelecidas, como com a Câmara Municipal ou a Fundação Calouste Gulbenkian, Catarina Pires destaca a importância da associação Atlas, de Coimbra.

A colaboração entre as duas instituições é estratégica, pois não só define o público-alvo do projeto (idosas moradoras da Baixa), como também tem a capacidade de incentivar as associadas da Atlas a participar nas atividades.

Em entrevista à RUC, a coordenadora do projeto reiterou que a maior dificuldade que sente, é mesmo o contacto com as idosas, que demonstram resistência a participar nos projetos e a sair da zona do seu domicílio.

Catarina Pires está ciente do estado atual da baixa da cidade. Entre edifícios degradados, comércio tradicional moribundo e despovoamento da zona, sabe que o impacto do projeto Saco da Baixa é pequeno, mas indispensável e necessário para a revitalização de um dos bairros mais carismáticos da cidade.

O projeto Saco da Baixa ganha ainda mais relevo quando se trata da inclusão social dos moradores de uma das zonas mais queridas para os Conimbricenses. A coordenadora reforçou a importância da Baixa como local fundacional da cidade de Coimbra, onde ainda se sente o impacto da memória e da tradição no quotidiano dos locais.

A presidente da associação advertiu que o Município deveria ter um papel mais preponderante na reabilitação da baixa, em especial, na renovação do comércio local. O workshop “ a feltragem tradicional” terá amanhã,dia 26 de janeiro, a segunda parte do quarto módulo, que vai iniciar às 10h, também na sede da saco da baixa.