Associação de Jovens Agricultores de Portugal quer Ministério da Agricultura mais forte
A Associação de Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), apresentou um documento que sintetiza as suas preocupações e aspirações face às próximas legislativas. Falámos com o presidente da AJAP, Firmino Cordeiro, sobre o estado da agricultura em Portugal.
Há 60 ou 70 anos, a agricultura era uma das principais atividades económicas do país: mais de 1,5 milhões de pessoas retiravam o sustento desta atividade primária. Desde a entrada de Portugal na União Europeia, a agricultura em Portugal perdeu relevância. No entanto, o diretor-geral da Associação de Jovens Agricultores de Portugal, Firmino Cordeiro, refere que a atividade económica tem um peso considerável no PIB e nas exportações, empregando muita gente, mesmo evoluindo a nível tecnológico.
Um dos principais problemas do setor é o envelhecimento: 55% dos agricultores em Portugal tem mais de 65 anos. A percentagem de jovens agricultores tem vindo a diminuir, mas o engenheiro agrónomo refere que existe vontade de investir na terra.
Para a AJAP, as soluções para o problema de envelhecimento do setor passam por um aumento significativo do investimento para instalar jovens agricultores. Além disso, o diretor da associação avança que os fundos europeus devem ser melhor utilizados, nomeadamente no que toca ao Plano de Recuperação e Resiliência.
O agricultor, Firmino Cordeiro, salienta que o investimento deveria ser conduzido para a investigação. Relembra, ainda, o impacto das alterações climáticas em território nacional e apela a uma melhor gestão das águas.
A aposta da AJAP vai para um agricultura de precisão, que pode permitir um melhor aproveitamento dos recursos. Contudo, para que esta transição seja possível, o diretor-geral, Firmino Cordeiro, afirma que o governo deve facilitar o acesso à tecnologia e incentivar o associativismo.
A AJAP apresenta os riscos a que estão expostos os agricultores: concorrência desleal, variações dos preços e alterações climáticas. Neste sentido, no documento apresentado, afirmam a importância de um Ministério da Agricultura mais forte, que priorize a produção nacional.
No que toca aos apoios aos jovens agricultores, a associação propõe, por exemplo, uma facilitação do acesso ao crédito, um programa de acompanhamento técnico aos jovens em fase de instalação.