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22.01.2022POR Informação RUC

Inês van Velze: “Prisão efetiva e confisco dos bens de quem roubou e endividou o país”

No âmbito das Eleições Legislativas de 2022, a Rádio Universidade de Coimbra (RUC) entrevistou Inês van Velze, candidata pelo partido Movimento Alternativa Socialista (MAS) no círculo eleitoral de Coimbra, que marcou presença no Observatório de quarta-feira, dia 19 de janeiro.

Inês van Velze começou a entrevista com o destaque do slogan da campanha do MAS “Acordar a esquerda” e explicando que o partido acredita que nos últimos 6 anos o país tem sido “governado por uma geringonça de centro-esquerda (…) que na verdade não foi muito mais um governo do PS (Partido Socialista) com a conivência (…) do Bloco de Esquerda e do PCP (Partido Comunista Português)”. A candidata pelo MAS por Coimbra acrescentou também que esse mesmo governo não foi capaz de reverter as medidas do governo de centro-direita anterior, especificando a continuação da má gestão dos dinheiros públicos, a falta de investimento e o recuo dos direitos laborais.

“Nem a direita, nem a extrema-direita são algum tipo de solução para isto”

A cabeça de lista adiciona que existe a necessidade de uma “alternativa que seja assertiva, que seja combativa e que não esteja acomodada ao poder” e admite que tem a aspiração de eleger uma deputada em específico: Renata Cambra. Inês van Velze acredita que, com lugar na assembleia da república, o MAS consegue levar as várias reivindicações das populações ao parlamento de forma justa, por serem um partido que “não está submisso aos interesses econômicos de terceiros e que preza, acima de tudo, por independência política.”

Quanto ao tópico de energias verdes, a militante do MAS expressa a vontade de acabar com a mineração de lítio, dizendo que deveríamos explorar alternativas mais verdes. Além disso, mostra desgosto pela exploração mineira do ambiente e dos trabalhadores afirmando claramente que este tipo de exploração só serve “os interesses das grandes empresas”.

“Para empregar, não para despedir”

Quando questionada sobre a mobilidade, Inês van Velze foca-se na ferrovia, que diz ser uma das “apostas mais fortes” do partido. Especifica que o MAS quer reforçar e modernizar a ferrovia, melhorando a rede nacional sem grandes prejuízos ambientais. A cabeça de lista por Coimbra explicou também que o partido se encontra em oposição da ideia de fechar a estação de comboios de Coimbra A, que Inês van Velze diz que poderá encerrar como pretexto ao metro mondego.

O MAS defende acabar com as propinas e pretende chegar a um ensino “gratuito e universal”. A militante do MAS fala também sobre outras propostas como o reforço de residências de estudantes e apoios às repúblicas.

Inês van Velze explica que todas as empresas do PSI 20 têm sede nos Países Baixos para não pagar taxas em Portugal e que isto é um bom exemplo de poderes econômicos a escaparem com o dinheiro. A cabeça de lista afirma que o MAS quer dar pena de prisão efectiva e confiscar os bens de quem “roubou e endividou o país”, quer taxar as grandes riquezas e quer acabar com os offshores.

“Prisão efetiva e confisco dos bens de quem roubou e endividou o país”

O feminismo foi apresentado como um ponto central do programa e da campanha do MAS, cujas listas integram uma maioria de mulheres. Inês van Velze adiciona que é necessário combater a desigualdade salarial, diminuir a taxa de violência doméstica e diminuir a taxa violência de género. Para chegar a este objetivo o MAS pretende colocar 1% do orçamento de estado para combater a violência doméstica. Este dinheiro irá para a educação dos profissionais de saúde, segurança social e segurança policial para que estes consigam resolver casos de violência doméstica da melhor maneira possível. Esse 1% irá também servir para ajudar as vítimas com um apoio financeiro e criação de casas abrigo dignas para as mesmas. Inês van Velze acrescenta que o MAS não escolheu as pessoas para a lista com uma medida identitária “no sentido em que fomos escolher mulheres apenas por elas serem mulheres”.

Quando questionada sobre onde o partido ia buscar os fundos para se manter vivo considerando que Renata Cambra garantiu que este não receberia subvenções, Inês van Velze explica que o MAS tem consigo fundos através dos militantes, apoiantes, donativos, iniciativas e angariação de fundos. A cabeça de lista admite que não tem sido fácil e que esta foi uma das maiores dificuldades da campanha apesar de necessário para manter o partido “independente”.

Num último e conciso resumo do programa eleitoral do MAS, Inês van Velze dividiu em 4 tópicos: Habitação, Energia, Trabalho, Saúde. Quanto à habitação: Quer acabar com a especulação imobiliária, investir em habitação social e o tabulamento das rendas a 30% do salário. Quanto à energia: repete que é para empregar e não para despedir, quer o fim das falsas soluções verdes e acabar com os contratos de exploração mineira. Quanto ao trabalho: diz querer reverter as leis laborais da troika, instaurar a semana de trabalho de 4 dias e acabar com os contratos precários e temporários. Quanto à saúde: afirma necessário o investimento estrutural e pretende chegar à saúde universal gratuita, comentando que a população portuguesa e os profissionais de saúde foram as razões reais para que a resposta à pandemia tenha sido relativamente boa.

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