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Bloco de Esquerda promete “lutar contra a «corrupção de gravata» protegida pela extrema direita”

O Convento São Francisco acolheu na sexta-feira (21) o comício do Bloco de Esquerda (BE) em Coimbra.

O evento começou pelas 21h30 com atuação musical de Rui David.

Seguidamente, o primeiro a discursar foi Ernesto Costa, um dos mandatários distritais. Na sua intervenção, elencou aquelas que considera as três razões fundamentais para se envolver na candidatura em vez de ser um “mero votante”:

  1. A Competência do BE local na luta contra o bloco central local, nomeadamente a procurar assegurar transportes públicos de qualidade, a defender a saúde pública e a apoiar os mais desprotegidos;
  2. O programa eleitoral que «coloca as pessoas, os seus problemas e as suas necessidades no centro das propostas» – no que toca à liberdade, igualdade de oportunidades e direitos, diferença e pluralidades sociais;
  3. A necessidade de combater o crescimento da extrema-direita e os perigos de uma maioria absoluta.

Para Ernesto Costa, o voto no BE é útil e necessário.

 

O segundo a discursar foi Miguel Cardina, número dois na lista pelo distrito de Coimbra. O candidato mostrou-se confiante na reeleição de José Manuel Pureza e procurou esclarecer dois pensamentos errados acerca destas eleições legislativas. Primeiro, o historiador rejeitou a responsabilidade do BE na crise política gerada e recordou o contexto e as decisões que levaram, primeiro, à criação da “geringonça” e, mais tarde, à sua cessação, responsabilizando por isso a falta de diálogo e a ambição de António Costa.

Depois, Cardina lembrou que, nestas eleições, não estamos a votar para eleger o primeiro-ministro, mas sim para eleger 230 deputados e que é imperioso afirmar o BE como terceira força política nacional. Em declarações à RUC, o número 2 da lista resumiu os argumentos para se votar no BE em Coimbra.

 

A terceira a discursar foi Marisa Matias

A ex-candidata à Presidência da República recordou que foi em Coimbra que lançaram o livro sobre a lei de bases da Saúde e reforçou a importância de defender o Serviço Nacional de Saúde. A deputado europeia lançou também a proposta de criação de uma rede pública de cuidados, que defende que deve ser um pilar do estado social.

Marisa Matias focou também a importância de recuperar os direitos laborais que ainda não foram restituídos desde a passagem da troika por Portugal. A mandatária distrital explicou a que direitos se referia:

Marisa Matias considerou a eleição de José Manuel Pureza importante para combater os inimigos que estão à direita e, em declarações à RUC, explicou o que não quer ver acontecer em Portugal:

 

Seguidamente discursou o deputado eleito pelo BE por Coimbra em 2019 e 2015 e atual cabeça de lista, José Manuel Pureza. O candidato realçou a «total disponibilidade no sentido de melhorar as vidas das pessoas» presente no atual programa eleitoral do BE. Para Pureza, é necessário continuar a luta por mais direitos: na saúde, no trabalho, na habitação, no ambiente, na educação, na república e na democracia. Com a chegada de recursos financeiros europeus, destinados ao PRR, também é necessário vigiar e lutar contra a “corrupção de gravata” protegida pela extrema direita. O candidato ilustrou as suas ideias com o caso de Manuel Pinho e falou da proposta do BE de criminalizar a utilização de off shores.

Em declarações à RUC, o candidato descreveu a semana de campanha

Comentando as recentes sondagens que apontam para um descida das intenções de voto no BE, José Manuel Pureza mantém a sua determinação em continuar o trabalho que tem desenvolvido.

 

O comício concluiu-se com a intervenção de Catarina Martins. A coordenadora do BE destacou a importância da campanha eleitoral, momento para «explicarmos ao que vimos», e para formar «uma decisão conjunta, discutida e debatida».

O seu discurso centrou-se na defesa dos serviços públicos, tendo destacado a importância dos profissionais do setor da saúde e educação, presentes na linha da frente desta crise pandémica, apesar de todas as fragilidades ainda existentes no serviço público. Catarina Martins criticou os salários públicos baixos e estagnados, que pouco se distinguem do salário mínimo nacional. O descongelamento das carreiras e o justo pagamento das horas extraordinárias são dois dos objetivos do BE. Para a deputada, devemos muito aos funcionários públicos e é altura de retribuir. Seguidamente, Catarina Martins desmontou duas falácias propostas pela direita: os “cheques saúde” e os “cheques ensino”. Para a candidata, deve-se valorizar o Serviço Nacional de Saúde e contratar mais médicos de família em vez de potenciar o negócio dos hospitais privados, mais caro para o estado. Relativamente ao cheque ensino, a coordenadora do BE diz que esta ideia não daria melhor acesso dos pobres à educação, mas apenas seria uma “borla” aos ricos.

Catarina Martins não quer «varrer o problema para debaixo do tapete», nem permitir que «a direita, pela calada, desmantele os serviços públicos». Reforçou que votar no BE, em Coimbra, é um voto pela diferença na saúde, educação e igualdade de oportunidades e direitos. O discurso de Catarina Martins concluiu-se com uma referência à morte medicamente assistida, deixando o compromisso de voltar a apresentar uma proposta de lei de despenalização da mesma.

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