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Marta Temido: “É imprescindível ter uma maternidade única na cidade de Coimbra”

Saúde, cultura, alterações climáticas e ensino superior foram os temas cerne na conversa com Marta Temido, cabeça de lista do Partido Socialista (PS) às Eleições Legislativas pelo círculo de Coimbra e atual Ministra da Saúde, entrevistada no âmbito das Eleições Legislativas 2022, pela Rádio Universidade de Coimbra (RUC).

O Observatório de dia 7 de Janeiro contou com a entrevista a Marta Temido, ministra da Saúde, e que se apresenta agora como cabeça de lista do Partido Socialista às próximas legislativas.

Marta Temido começou por traçar os principais objetivos do Partido Socialista (PS) para o Serviço Nacional de Saúde, sublinhando que o foco para as legislativas é “reforçar o que anda a ser feito”. Segundo indica, há uma preocupação em cobrir todas as áreas da saúde, desde a promoção da saúde e prevenção da doença, à área dos cuidados paliativos. A deputada afirmou que a saúde, na ótica do PS, é transversal a todas as políticas e deve começar em casa e nas cidades onde as pessoas vivem, trabalham e estudam e, assim sendo, cobrir a área dos cuidados da interseção entre a saúde e o social. Para que tal seja possível, referiu a importância de melhorar as condições em que as pessoas vivem, lição herdada desta pandemia.

O partido procura ir mais além, de acordo com a ministra e aumentar os rastreios, nomeadamente rastreios importantes para o desenvolvimento das crianças, como o de saúde visual e auditiva, fundamentais para uma escolaridade bem sucedida.

Marta Temido acrescentou que melhorar a resposta aos cuidados hospitalares é crucial, consequentemente, é preciso aproveitar as oportunidades de fundos estruturais para reforçar os cuidados e diversificar as respostas, permitindo aos doentes passar os momentos de sofrimento “com a maior dignidade e qualidade de vida possível.”

“O essencial é ter uma maternidade segura para as mães e para os bebés”

A ministra qualificou de “imprescindível” existir finalmente uma nova e única maternidade em Coimbra que serve não apenas a cidade, mas também os restantes concelhos do distrito e da região centro, referindo a propriedade vantajosa para a saúde e bem estar das mães ao haver uma maternidade em proximidade de um hospital geral de adultos.

Do mesmo modo, apontou as condições infraestruturais degradadas em que se encontram atualmente as duas maternidades conimbricenses e o enorme esforço das equipas duplicadas, que nelas trabalham, como uma razão essencial para a realização da futura maternidade.

Em relação à decisão de instalar a nova maternidade no polo central dos Hospitais da Universidade de Coimbra e do desagrado manifestado pela Assembleia Municipal, Marta Temido acredita que “a solução estudada é a melhor solução técnica”, mas que o importante é “valorizar a segurança das mulheres e dos bebés”.

“No Reino Unido, um terço dos doentes internados são doentes acidentais de Covid-19”

Relativamente à situação pandémica, a ministra da Saúde admitiu que o número de internados por Covid-19 pode ser “enganador” dado que há situações em que pessoas são diagnosticadas com Covid-19 por circunstâncias acidentais, ou seja, dirigem-se ao hospital por outro motivo e testam positivo ou contraem o vírus durante um internamento.

“ Uma sociedade sem cultura é uma sociedade que não serve para nada”

A candidata deu ênfase ao valor da cultura para a sociedade, defendendo que “quem trabalha em serviços públicos e com responsabilidades governamentais procuram ser o mais eficientes possíveis nas suas áreas para gerar disponibilidade orçamental para as outras áreas, mais concretamente, para a cultura.”

“O planeta é a nossa casa”

Numa outra matéria, Marta Temido esclareceu o plano do PS em relação às alterações climáticas, mencionando a redução das emissões de gases de efeito de estufa (GEE), nomeadamente aquelas emitidas pelo setor dos transportes e da mobilidade, e o aumento do peso das energias renováveis no consumo final bruto de energia e na produção de eletricidade, como uma meta desejada para alcançar a nossa sobrevivência, assim como a do planeta.

“Não são uns a pagar para outros, são todos a pagar para todos.”

Quando questionada sobre a inclusão de Coimbra na proposta presente no programa eleitoral do PS de investir em 15 mil novos lugares de alojamento para estudantes do Ensino Superior a preço acessível, a deputada garantiu que a lista candidata irá lutar para que a cidade dos estudantes não fique esquecida desta medida. Realçou igualmente a questão da propina, afirmando que os estudantes podem contar com o apoio do PS na luta pela “propina zero” visto que o acesso ao ensino superior, a uma universidade aberta, plural, democrática como lugar de discussão e de formação, é um direito de todos, que tem um preço decorrente dos nosso impostos mas dos quais todos nós beneficiamos.

Para ouvir a entrevista na íntegra pode aceder através do link acima ou no Spotify da RUC.

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