Mário Frota: “Seria indispensável que Coimbra recuperasse o seu caráter”

Na passada quarta-feira, dia 29, o espaço de comentário do Observatório esteve a cargo de Mário Frota, Presidente Emérito da Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC).

Questionado sobre como se tem ressentido o comércio local neste momento devido às restrições, Mário Frota afirma que não tem havido ainda uma quebra significativa, sendo que as novas medidas só principiaram às 00:00 de dia 25 de Dezembro, com o comércio de portas fechadas.

“É preciso engenho e criatividade para o centro da cidade.”

Segundo Mário Frota, as centralidades, espaços comerciais não periféricos, estão cada vez mais penetradas na cidade de Coimbra, o que faz com que a baixa e o pequeno comércio percam toda a sua essência. Referiu ainda que uma das possíveis soluções para a reabilitação da baixa é, por exemplo, vendas concentradas em determinados produtos, promoção de produtos a preços mais acessíveis, e posteriormente, uma “reabituação” dos conimbricenses ao comércio local. Frisou também que é urgente fazer com que isto aconteça, pois, “as pessoas vão para onde novos elementos de atração as suscitam e levam”.

“Estamos ainda entre os 23 e os 35% distantes dos índices conseguidos em 2019”

Questionado sobre como tem sido a recuperação económica dos pequenos estabelecimentos, comércio e até turismo, nesta fase mais adversa da pandemia, o Presidente Emérito da Associação de Direitos do Consumo, considera que ainda há um longo caminho a percorrer nesta recuperação. Assim sendo, não é expectável que a recuperação aconteça com a rapidez prevista.

“Há bastantes práticas comerciais enganosas.”

Abordado sobre a preocupação sentida por alguns munícipes, relativamente à instalação de um supermercado da cadeia Mercadona no Atrium Solum, Mário Frota afirma que cada vez mais os comerciantes locais que já se encontravam “ameaçados” pelos grandes espaços comerciais, agora o sentem também com a expansão de grandes cadeias de supermercados. Falou ainda sobre as práticas enganosas que as grandes cadeias de supermercado cometem, dando exemplo de práticas enganosas, tais como, a grande ilusão praticada nos preços. Assim sendo, considera-se importante que o pequeno comércio se recupere, até para suprimir este tipo de prática enganosa crescente.

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