Bares e discotecas encerrados: gerente do Bar Moelas garante que apoios não passam de uma mentira
Bares e discotecas já estavam em dificuldades com as restrições impostas desde o início do mês. Proprietários queixam-se da falta de apoios e apontam o dedo ao executivo socialista.
A indústria do divertimento noturno foi uma das principais afetadas pelas medidas anunciadas pelo executivo socialista. Pela segunda vez em ano e meio as discotecas e bares vão ter de fechar e vão ser proibidos ajuntamentos e consumo de álcool na via pública no Natal e Ano Novo. Sem surpresa as medidas causam revolta no setor, com várias críticas à atuação do governo.
Em entrevista à Lusa o presidente da Associação Nacional de Discotecas (AND), José Gouveia, defendeu que as medidas “não foram tomadas a tempo e horas”. O responsável da AND acusa o Governo de estar a abrir caminho para o aumento de contágios em festas ilegais, ao obrigar ao encerramento das discotecas na altura do fim de ano.
José Gouveia recorda ainda que foram as empresas da indústria que criaram centros de testagem à covid-19 à porta das discotecas. Para José Gouveia trata-se de um investimento de milhares de euros e que agora “cai por terra” com este encerramento antes das datas fixadas pelo governo.
Pedro Pessoa, responsável pelo bar “Moelas” em entrevista à RUC lamenta as medidas apresentadas pelo governo. O gerente do bar situado junto ao largo da Sé Velha ataca os “apoios” dados pelo executivo de António Costa: “este governo fala muito em apoios e em ajuda, mas são mentira”, remata Pedro Pessoa.
As medidas anunciadas na tarde de hoje vêm agravar a situação dos bares e discotecas. Pedro Pessoa recordou que o pacote de medidas em vigor desde o início do mês já tinha matado boa parte do negócio. O gerente do mítico bar da noite coimbrã sublinha as dificuldades logísticas referentes à necessidade de teste para entrar em bares e discotecas. A falta de testes e as longas filas resultaram em quebras de 90%, conclui Pedro Pessoa.
Apesar das quebras de faturação Pedro Pessoa sublinha que “fechar é sempre a última opção”. O responsável pelo bar Moelas admite mesmo que preferia perder dinheiro durante o mês do que ser obrigado a encerrar o estabelecimento. Sobre o futuro as dúvidas persistem e Pedro Pessoa prefere não fazer previsões para o regresso dos bares e discotecas. O gerente do bar Moelas considera mesmo que há um tratamento diferenciado contra a “indústria da noite”, o que tem motivado medidas deste género, em contraste com uma maior abertura face a outros negócios, nomeadamente a restauração.
Recorde-se que António Costa anunciou o encerramento de discotecas e bares com espaço de dança a partir do dia 25, sábado. O encerramento destes espaços de diversão noturna no território continental estava já previsto para a denominada “semana de contenção de contactos”, definida pelo Governo para o período entre 02 e 09 de janeiro de 2022, após o Natal e a passagem do ano, sendo antecipada agora como forma de combate ao aumento de casos de COVID-19.