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15.12.2021POR Tomás Cunha

Emanuel Nogueira: “Tomada de posse foi muito amigável”

As tomadas de posse na Associação Académica são sempre sinónimo de discursos emocionados. Uns são bons, outros nem por isso, havendo sempre lugar também a discursos dignos de um sketch dos “Gato Fedorento” ou dos Monty Python com referências a comida, família ou às aventuras noturnas dos nossos dirigentes associativos. Neste sentido, desafiámos Emanuel Nogueira para comentar as peripécias de mais uma tomada de posse da Académica.

Numa noite de muitos discursos contámos com a presença de Emanuel Nogueira, comentador RUC e antigo presidente da Secção de Fado da AAC (SF/AAC), para comentar as primeiras palavras de Cesário Silva enquanto presidente. A despedida de João Assunção, João Lincho e os discursos de Daniel Tadeu e de Amílcar Falcão também foram alvo de análise por parte do comentador RUC.

Na perspetiva de Emanuel Nogueira toda a tomada de posse foi “muito amigável” em contraste com a campanha eleitoral que levou à vitória de Cesário Silva e à derrota de Pedro Marques Dias. Para Emanuel Nogueira houve, no entanto, quem tenha fugido ao tom “amigável”. João Lincho, foi uma exceção à regra na opinião de Emanuel Nogueira ao clima de toda a tomada de posse, sendo mais crítico e incisivo que os restantes colegas. Uma atitude explicada por alguns acontecimentos verificados no último ano, defende o comentador RUC.

“Foi uma tomada de posse bastante amigável à excepção do discurso de João Lincho”.

Relativamente ao discurso de João Assunção Emanuel Nogueira divide a intervenção do antigo presidente em dois: “uma primeira parte fortíssima” e uma segunda parte focada em aspetos mais pessoais. Emanuel Nogueira admite que dispensava tantos agradecimentos e considera que este tipo de discursos por serem tão longos e excessivamente pessoais afastam pessoas deste tipo de eventos. No entanto, e apesar deste reparo, Emanuel Nogueira preferiu sublinhar novamente que o discurso de João Assunção foi “fortíssimo” atacando os principais temas políticos que envolvem a academia. O antigo presidente da Secção de Fado destacou e elogiou as críticas de João Assunção contra as “marchas saudosistas”, numa clara referência à tomada de posição tomada pela AAC no último 28 de maio. O discurso anti-propina e os argumentos “bens sustentados” de João Assunção neste tópico foram igualmente alvo de elogio por parte de Emanuel Nogueira: “notou-se bem o entusiasmo do auditório”, remata o comentador RUC.

“Não sei quando é que se começou a fazer discursos deste género. Devia-se alterar porque se torna maçante para quem está de fora”

A noite de ontem não se fez apenas de despedidas. Depois da dupla de “Joões” foi tempo de escutar os discursos de Daniel Tadeu e de Cesário Silva. “Foram discursos mais leves e claramente introdutórios”, afirma Emanuel Nogueira. No campo político Emanuel Nogueira salientou as escolhas dos novos líderes da Académica, o tema das obras do edifício por parte de Daniel Tadeu e as propinas internacionais, pela mão de Cesário Silva.

“Fazer depender a avaliação de uma relação da Direção-Geral com a Reitoria, se no final o presidente da DG e o reitor são amigos é de alguém que vive noutro mundo, na minha opinião”

Relativamente ao discurso de Amílcar Falcão, Emanuel Nogueira não poupou críticas ao reitor da Universidade de Coimbra.  Num discurso de encerramento, o reitor destacou o “bom comportamento dos estudantes perante a pandemia” e recordou o papel da Académica enquanto parte ativa da vida dos estudantes de Coimbra. Com recurso à ironia Emanuel Nogueira admite que houve avanços face ao último discurso de tomada de posse, onde Amílcar Falcão apelidou de “parvos” os estudantes que reivindicavam na altura melhores condições para o edifício-sede da Académica. “O Reitor voltou a falar do bom comportamento, o que me fez recordar o discurso do ano passado.”, afirma Emanuel Nogueira. O antigo presidente da SF/AAC frisou que avaliar a relação da Direção-Geral com a Reitoria pelas relações de amizade entre o presidente da DG/AAC e o reitor “não é deste mundo”, uma ideia muito criticada por Emanuel Nogueira.

Pode escutar a entrevista na íntegra no serviço de Podcasts RUC ou no Spotify (Observatório).

 

 

 

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