João Assunção: “Despeço-me de um dos desafios maiores da minha vida mas também um dos mais bonitos”
Um dia antes da tomada de posse da nova composição da Mesa da Assembleia Magna e da Direção-Geral da AAC, João Assunção foi o responsável pelo espaço de comentário de mais um Observatório – Especial Academia. O balanço do seu mandato, as obras no edifício da AAC, a plataforma para atrair novos associados, o protesto dos alunos contra a falta do prato social, as residências universitárias e os próximos passos do movimento associativo foram alguns dos assuntos em destaque nesta entrevista.
Os dossiers estão fechados. João Assunção garante que está tudo “nos conformes” para que a próxima Direcção Geral assuma as rédeas da Associação Académica de Coimbra e que existe apenas uma questão de contabilidade para resolver relacionada com receitas que ainda não deram entrada, que ficará fechada até ao final da semana.
A última acção de gestão da Direcção Geral atual – a construção da sala do desporto no piso 0 da AAC – também está em andamento. Conforme estabelecido no Regulamento de Gestão dos Espaços, também aprovado por esta DG, esta sala será um espaço multi-usos para as secções desportivas da AAC. Os últimos preparativos para que esta sala possa ser estreada num futuro próximo, foram ultimados durante o decorrer desta entrevista.
“A próxima Direcção Geral vai entrar sem qualquer tipo de dívida e com uma folga financeira.”
João Assunção, afirma que não existe qualquer dívida externa, o que na sua opinião dá uma garantia de um trimestre com tranquilidade para a nova DG no que toca a dívidas e pagamentos de custos fixos.
Ao longo do seu mandato, foram vários os projetos levados a cabo. O atual presidente mostra-se orgulhoso dos objetivos alcançados e reconhece que tem de existir um trabalho de continuidade, nem que seja em alguns casos um trabalho de manutenção. Dois exemplos disso são a segunda edição do Prémio Manuel Alegre e o novo Museu da AAC. Em muitos destes projetos, nas suas palavras, “o mais difícil está feito” mas continua a ser necessário garantir a sua continuidade.
O atual mandato foi também marcado por projetos ambiciosos cujos objetivos ficaram aquém do esperado. A plataforma online de captação de associados extraordinários aquando a sua criação pretendia angariar 500 novo associados até ao final do mandato. Até ao momento o número de novos associados ronda os 150. João Assunção reconhece que não foi o resultado desejado mas acredita que com o melhoramento da plataforma – que está já em curso – e a sua divulgação, o número de inscrições vai crescer.
“Aquilo que está projectado é que Maio de 2022 seja a primeira pedra”
As obras no edifício da AAC há muito reivindicadas pelos estudantes, foram um tema sempre presente durante este mandato. No passado mês de outubro foram anunciadas pelo presidente da DG/AAC, pelo reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão e pelo vice-reitor com a pasta das infraestruturas. João Assunção mostra-se confiante com as datas assinaladas e acredita que no inicio de 2023 será um momento onde a qualidade do edifício estará melhorada. Acrescenta que será responsabilidade da nova Direcção Geral estar atenta para que tudo decorra com normalidade segundo o plano apresentado.
A reposição do prato social foi outra das lutas da atual DG. A promessa da reitoria ficou por cumprir. João Assunção defende que esta reposição tem que acontecer e que a nova gestão tem de continuar a lutar. Na sua opinião “o silêncio da sua concretização começa a ser ensurdecedor.”
“Os serviços de acção social têm de garantir a qualidade das residências”
No mês passado a Associação Académica de Coimbra doou alguns eletrodomésticos às residências universitárias, no entanto a falta de camas e de outras condições básicas continuam a ser um problema por resolver. O atual presidente da DG/AAC defende que a requalificação das residências é um trabalho prioritário ao qual os SASUC tem de dar continuidade. Sublinha também que existiu um programa governamental – o PNAES (Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior) – que prometia mais 15 mil camas (o dobro do que existia na altura) para todo o país. No entanto, na academia de Coimbra não houve criação de novas cama. Na sua opinião este tema deve continuar a ser objeto de luta e reivindicação da próxima DG.
“Executámos quase em pleno tudo aquilo a que nos tínhamos proposto em eleições.”
João Assunção despede-se deste capítulo da sua vida com o sentimento de dever cumprido. Agradece a todos os que o acompanharam, a todas as estruturas da AAC que na sua opinião foram incansáveis durante todo o mandato e a todos os colegas que confiaram a responsabilidade de gestão da AAC em si e na sua equipa.
A tomada de possa da nova Direcção Geral acontece amanhã pelas 18h30 na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
A entrevista na íntegra está disponível no link acima (podcast RUC) e na plataforma Spotify.