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Luís Pedro Madeira: “Coimbra tem de se mostrar disponível (…) Não precisa de fazer, precisa de proporcionar que se faça”

As condições atuais dos profissionais da cultura e a candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027 (CEC2027) estiveram no centro das atenções neste espaço de comentário do Observatório.

O espaço de comentário do Observatório da passada quarta-feira, dia 8, ficou a cargo de Luís Pedro Madeira, músico, autor e professor, que nos falou dos problemas culturais da cidade com a pandemia, da importância da candidatura de Coimbra como Capital Europeia da Cultura, bem como de algumas medidas importantes para a cidade em termos culturais.

“Fomos os primeiros a parar e os últimos a retomar a vida normal”

No decorrer da entrevista, Luís Pedro Madeira ilustrou as dificuldades pelas quais passam os agentes culturais, nomeadamente e com particular dramatismo para os artistas anónimos, os animadores das festas da aldeia e os elementos técnicos. Estes, que já anteriormente tinham uma trabalho altamente precário e que, com a pandemia e suas restrições pioraram a sua situação, acabam, em número significativo, por desistir da sua atividade.

Referindo-se em particular às medidas sanitárias, o Músico realçou o papel que as autarquias desempenharam na ajuda a estes profissionais, nomeadamente na marcação de concertos ao vivo e em outras modalidades (como os concertos online). Luís Pedro Madeira considerou problemática a ideia dos cancelamentos de espetáculos, na medida em que, ainda que voltem a ser reagendados, são concertos perdidos e o reagendamento é apenas mais uma data ocupada para os profissionais. A este propósito o convidado refere que a solução para promover a cultura não passa pelos cancelamentos de espetáculos, mas sim, encontrar soluções mais interessantes e alternativas. Luís Pedro Madeira caracteriza como populista a ideia de José Manuel Silva, presidente do Executivo camarário de Coimbra de não fazer o espetáculo da Passagem de Ano e dar esse dinheiro aos SMTUC.

“A Capital Europeia da Cultura 2027 (CEC2027) pode ser mais do que juntar um conjunto de programadores e fazer um chapitô aqui em Coimbra”

No que respeita à candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura, Luís Pedro Madeira refere que o seu impacto depende da ideia do que se quer da cultura em Coimbra, referindo que  “há muito pouca concretização sobre o que se quer de Coimbra em termos culturais””.

Sobre este tema, o músico considera, por exemplo, que é muito mais interessante a ideia da casa do livro nos espaços da penitenciária de Coimbra que a “Mondego Arena” nos terrenos da Praça da Canção no Choupalinho. No entender do artista, os agentes culturais da cidade têm sido muito mal tratados, pelo que defende que Coimbra tem de ser um alfobre de novos projetos que querem vir para a cidade.

Pode consultar a entrevista na íntegra através do link acima ou acedendo ao Spotify.

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