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João Frazão “A reunião marcada pelo Daniel Tadeu foi interessante mas precisamos de adeptos e de poder deliberativo nas Magnas”

O arranque em falso na temporada, a falta de condições do Jorge Anjinho e o futuro da secção de basquetebol foram os temas numa conversa com João Frazão.

O presidente da Secção de Basquetebol da Associação Académica de Coimbra (SB/AAC), João Frazão, foi o convidado do Observatório desta quinta-feira. A conversa focada na presente temporada do basquetebol academista e os problemas estruturais da secção foram os principais temas da entrevista com o líder academista.

Com o pavilhão Mário Mexia ocupado com o Centro de Vacinação Covid-19, a Associação Académica de Coimbra tem jogado no “velhinho” pavilhão Jorge Anjinho. Depois de ter terminado a temporada 2020/2021 a jogar em casa “emprestada” no pavilhão do Olivais FC, a Briosa enfrenta vários problemas no seu dia a dia. Saídas de emergência bloqueadas, um placard inativo, dificuldade nos acessos, quartos de banho sujos ou a falta de papel higiénico afetam os espetadores dos jogos caseiros da Académica. João Frazão não tem problemas em identificar os problemas do pavilhão gerido pelo Conselho Desportivo e ataca o problema da linha dos três pontos: “a falta do pavilhão Mário Mexia é flagrante”. O líder academista admite mesmo que a situação existente no Jorge Anjinho é de aflição: “temos de ir buscar cadeiras ao Santa Cruz”. Questionado sobre um hipotético regresso ao Mário Mexia, João Frazão prefere jogar à defesa: “a previsão é para fevereiro/ março. Se o campeonato acaba em abril, mais vale pensar que não vamos jogar lá”. “Uma pena” face às qualidades da infraestrutura municipal na perspetiva de João Frazão.

“A falta do pavilhão Mário Mexia é flagrante”

As dificuldades fora do campo têm sido acompanhadas por dificuldades dentro do campo. A turma de Coimbra está atualmente no penúltimo lugar e obteve a primeira vitória este fim de semana frente ao Guimarães. O triunfo foi já obtido com Rafa Sanz ao leme da equipa, que substituiu Ivo Rego nos comandos da equipa. Questionado sobre a troca no comando técnico academista João Frazão relembrou que a saída de Ivo Rego “foi por acordo mútuo” e que a troca vai permitir a abertura de um novo ciclo. “O basquetebol da Académica não é só a equipa sénior. A saída do Ivo Rego permitiu a que ele se dedicasse a 100% na formação, de que é coordenador. Julgo que vamos ter mais foco na formação e mais foco na equipa de seniores com um treinador profissional”, atira João Frazão.

“O Basquetebol da Académica não é só a equipa sénior”.

Para o lugar de Ivo Rego chegou Rafa Sanz, treinador espanhol e que vai assumir a pasta a tempo inteiro.  “Ao contrário do que foi dito por muita gente tentámos contratar treinadores sem olhar a nacionalidades. Aquilo que constatamos que os treinadores estrangeiros eram mais fácil de negociar para trabalhar a tempo inteiro”. Relativamente ao nome de Rafa Sanz, João Frazão explicou a forma como a direção escolheu o treinador espanhol: “Foi sugerido por outros treinadores e agentes. Procurámos afincadamente um treinador e acabamos por encontrar o Rafa Sanz que se desvinculou da federação da Andaluzia. É um novo ciclo da Académica. Estamos muito satisfeitos com esta aposta”, atira João Frazão.

Novos treinadores e jogadores diferentes exigem…dinheiro. Sobre este tema João Frazão recordou um tema já recordado em entrevistas anteriores: a falta de apoios.

“Conseguimos sensibilizar a câmara num aumento de cerca de 25%. As empresas que apoiam são as mesmas.”, afirma João Frazão. Na perspetiva do presidente academista não existe uma consciência (das poucas que existem) em ajudar o desporto. Neste sentido, João Frazão defende que existe uma tendência clara para controlo dos clubes por parte das empresas: “as poucas empresas que têm disponibilidade para investir querem controlar equipas.”, lamenta o presidente do basquetebol academista.

Daniel Tadeu juntou presidentes de secções culturais e desportivas. Frazão louva a iniciativa, mas deixa reparos.

O presidente eleito da Mesa da Assembleia Magna da Associação Académica de Coimbra (MAM/AAC), Daniel Tadeu, convocou uma reunião na passada segunda-feira com diversas secções culturais e desportivas. João Frazão louva a iniciativa, mas recorda as particularidades das desportivas. O presidente da SB/AAC frisou que a atual direção está em “final de rota” face às obrigações estatutárias da Associação Académica, que definem o máximo de dois mandatos consecutivos. Uma limitação que dificulta na perspetiva o trabalho das secções. Sobre a reunião marcada por Daniel Tadeu, João Frazão reclama  poder deliberativo nas Assembleias Magnas para as secções desportivas, algo que não existe neste momento: “As secções têm características muito diferentes dos restantes organismos da Associação Académica. Há uma vertente de clubismo. Quem gere as secções desportivas não são estudantes, são pais de atletas da formação ou ex-atletas. São caraterísticas muito diferentes”, repetiu João Frazão. Na opinião de João Frazão sem poder deliberativo  a participação nas Assembleias Magna por parte das secções desportivas será sempre muito complicada. Uma sugestão para futuro, do presidente do basquetebol da Académica.

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