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04.12.2021POR Miguel Tavares

Jorge Abrantes: “Acho que a secção de ginástica é reconhecidamente competente, confiável e feita de pessoas sérias”

No regresso da comitiva de sete atletas da ginástica da AAC de Baku, onde competiram nos campeonatos do mundo de trampolins, o treinador da ginástica da AAC Jorge Abrantes faz um rescaldo positivo da participação dos atletas da secção e fala-nos um pouco do estado atual da secção de Ginástica da AAC e os seus planos para este ano.

Os campeonatos do Mundo de trampolins em absolutos e por grupos de idades, decorridos entre 18 e 28 de Novembro em Baku, no Azerbeijão, foram a desculpa para trazer Jorge Abrantes, treinador da secção de ginástica da AAC e antigo presidente da mesma, aos microfones da RUC, para fazer um rescaldo da participação dos atletas da AAC. A presença da Académica foi sentida com 3 atletas – João Saraiva, Francisca Pinto e Diogo Fernandes – a competir nos campeonatos em absolutos (escalão sénior), e outros quatro atletas na competição por grupos de idades, entre os 13 e os 21 anos.

A participação dos atletas da secção e da comitiva portuguesa alcançou desde logo um feito impressionante: a conquista do segundo lugar absoluto por equipas no duplo mini trampolim, equipa que conta com o Diogo Fernandes da Académica que apurou o segundo melhor resultado individual da equipa. Um conquista que abrilhantou ainda mais o símbolo da AAC, que já comemorava pela primeira vez ter apurado três atletas para a competição nos campeonatos do mundo.

A competição por idades, embora marcada pela lesão de uma das atletas da Académica, também trouxe frutos, com a atleta Rita Abrantes a alcançar o quarto lugar nas finais de duplo mini trampolim no escalão 17-21.

“Claro que queremos sempre mais, e podemos ser melhores […] mas não estamos na primeira linha da ginástica mundial.”

São óptimos resultados, garante o treinador da Académica ao analisar a prestação em Baku, e que vão de encontro aos objetivos pretendidos. A meta principal para os atletas de Coimbra passa primeiramente por garantir resultados de topo ao nível nacional e garantir o apuramento para as seleções nacionais, objetivos claramente cumpridos neste campeonato do mundo. Ao chegar ao panorama internacional, aí os ânimos são temperados. Sem comentar a diferença a nível de recursos e infraestrutura, Jorge Abrantes afirma que os atletas da secção sabem à partida que vão competir contra as grandes potências da ginástica – China, Rússia, EUA, Bielorússia – e que o alvo tem de ser realista.

Ainda assim, o foco em objetivos próprios – fazer séries limpas e sem erros – traz os seus frutos, habitualmente no meio da tabela e sem presença em finais, mas por vezes com a consistência a ser recompensada, como foi o caso nestes campeonatos do mundo.

“Se outras secções nos ultrapassarem em número de filiados, ficamos muito contentes.”

A dimensão e projeção atual da secção de ginástica da AAC são, para o treinador, motivos de orgulho pessoal e de todo o grupo de trabalho da ginástica. No entanto, não é um galardão a que tenham apego – seria um bom indicador da saúde da Académica enquanto clube que outras secções os pudessem acompanhar na “luta” para atrair mais jovens para o desporto seccionista.

Quanto às razões para a popularidade da ginástica da AAC, Jorge Abrantes não entende existir uma razão única, apontando um trabalho consistente ao longo das últimas décadas para construir uma estrutura de confiança para atletas, treinadores, pais e com as estruturas nacionais e internacionais da ginástica. A maior prova disso, no seu entender, é a confiança que tem sido depositada na ginástica da Académica nos últimos anos pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) para a realização de várias competições ao nível europeu e mundial.

“Os eventos internacionais são fundamentais para o desenvolvimento dos atletas”

Com os campeonatos em Baku a decorrerem ainda sem público e as competições internacionais a funcionar quase a meio-gás, o desenvolvimento dos atletas pode sofrer, no entender de jorge Abrantes. Com a ginástica internacional a voltar a Coimbra no verão passado, com o Coimbra GymFest, e agora os campeonatos do mundo, a exposição dos atletas à realidade competitiva de outros países é fundamental para o seu desenvolvimento. “Quero fazer melhor, quero experimentar isto.“, são muitas vezes as palavras dos atletas ao regressar aos treinos depois de verem as séries e rotinas de outros atletas de topo, um ímpeto que para o treinador, é impossível de replicar nos treinos e em competições nacionais.

Ficou a promessa por parte de Jorge Abrantes de que os eventos internacionais vão voltar em 2022, com a FIG já a atribuir a Coimbra a organização de uma etapa da Taça de Mundo de trampolins, para Junho do próximo ano. Evento que a Académica espera poder voltar a realizar na cidade, recordando que este ano se teve de deslocar para o velódromo de Anadia, pela impossibilidade de utilizar o pavilhão Mário Mexia.

Também ficou o desejo de voltar a poder partilhar a parte de exibição da ginástica com a cidade de Coimbra, com o habitual Sarau de final de ano da ginástica da AAC, que não se tem realizado de forma presencial devido à situação pandémica. Os planos já estão em marcha para voltar aos pavilhões e ao público em 2022, estando a secção em espera paciente por uma melhoria da realidade sanitária.

 

Imagem: Secção de Ginástica da Associação Académica de Coimbra

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