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25.11.2021POR Informação RUC

Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres assinalado na Praça 8 de Maio

O dia 25 de novembro, em que se assinala o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, ficou marcado pela concentração de vários coletivos feministas da cidade de Coimbra na Praça 8 de Maio.

O Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres foi assinalado na passada quinta-feira, dia 25, numa concentração na Praça 8 de Maio. O manifesto lido ao megafone e assinado por diferentes coletivos refere que as violências são multidimensionais e sentidas em diferentes esferas da vida. No protesto, o foco foi dado às violências contra as mulheres, como a sexual, obstétrica ou laboral. Segundo o Observatório de Mulheres Assassinadas da União de Mulheres Alternativa e Resposta, uma das organizações presentes, nos últimos 16 anos, 455 mulheres foram assassinadas em Portugal, em contexto de relações de intimidade. O 25 de Novembro é marcado todos os anos, em Coimbra, com inciativas semelhantes. Este ano não poderia ser exceção, como conta a integrante da Brigada Fernanda Mateus, Mariana Dias.

O evento contou com a presença de difertentes coletivos feministas já conhecidos na cidade, tais como a Rede 8 de Março, ou a PATH – Plataforma Anti Transfobia e Homofobia, mas também com a participação de novos grupos. A membro da récem-criada Associação pela Igualdade de Género, Clara Neto, apresenta a iniciativa dos estudantes da Faculdade de Letras, que procura combater a discriminação dentro da academia.

Durante o protesto, foi referido o impacto da pandemia para a acentuação das desigualdades. Os confinamentos, por exemplo, deixaram vítimas de violência doméstica isoladas com os seus agressores, muitas sem redes de apoio, o que levou ao aumento de casos de feminícidio, tal como afirma a jovem Mariana Dias.

Outra das questões abordadas foi a violência obstétrica, que motivou a recente criação do coletivo Nascer em Coimbra, que promove uma visão feminista sobre a saúde sexual e reprodutiva das mulheres. A representante do coletivo Saúde das Mulheres Negras, Carla Costa, recorda a importância de adotar uma abordagem interseccional, sendo que diferentes formas de discriminação se cruzam e acumulam. No que toca à saúde reprodutiva das mulheres negras, por exemplo, o trabalho dos coletivos é dificultado pela falta de informação, como nos explica a ativista.

Mostraram-se cartazes contra o patriarcado e a sexualização dos corpos femininos e leu-se um poema que refletia sobre a falta de liberdade nos espaços públicos e nas ruas. Cerca de cinquenta pessoas ocuparam, hoje, a Praça 8 de maio, para partilharem as suas vivências, dores e lutas. O balanço feito pelas participantes é positivo e espera-se que a rede de solidariedade tecida continue a crescer.

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