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Celebrações do 101º aniversário da Tomada da Bastilha “carregadas de intervenção política”

As palavras do presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), que defendeu a reunião do complexo do edifício da AAC sob a sua gestão, estiveram em destaque na noite em que se comemoraram os 101 anos volvidos desde a Tomada da Bastilha.

101 anos depois da ocupação do “Clube dos Lentes” por parte de um grupo de estudantes conjurados, a Associação Académica de Coimbra (AAC) voltou a sair à rua para celebrar o aniversário da Tomada da Bastilha. O habitual Desfile dos Archotes, suspenso no último ano devido à pandemia da covid-19, voltou a arrancar a partir da Porta Férrea, pelas 22h00 de dia 24, tendo terminado em frente ao edifício-sede da AAC, pelas 00h00. O percurso feito por dezenas de estudantes ficou marcado pelas atuações do Coro Misto da Universidade de Coimbra, do Coro dos antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, do Orfeon Académico de Coimbra, da Tuna Académica da Universidade de Coimbra (TAUC) e da Secção de Fado da AAC (SF/AAC).

Chegado à última paragem do desfile, o presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), João Assunção, subiu (com a ajuda do sr. Braga) ao 1º andar do edifício, onde hasteou a bandeira da AAC e discursou perante os estudantes. Nas palavras do dirigente associativo, é muito mais do que o “espírito de memória coletiva e de tradição enraizada na academia” que leva os academistas a celebrar esta data.

João Assunção aproveitou a ocasião para marcar uma posição naquilo que à atual situação do edifício-sede da AAC diz respeito, afirmando que este é já “insuficiente” para as várias dimensões que a Associação Académica de Coimbra tomou.

Em declarações à RUC, o presidente da DG/AAC destacou que, apesar de tudo, este é, sobretudo, um “momento de recordar”.

Para João Assunção, a Associação Académica de Coimbra é um “sonho de gerações constantemente inacabado”, uma vez que esta está sempre em expansão. Assim, o dirigente associativo afirma que este as celebrações da Tomada da Bastilha estão carregadas de intervenção política.

O tema da falta de espaços para a AAC (que, graças às eleições para a DG/AAC ocorridas na passada quinta-feira, tem sido muito discutida nos últimos tempos) foi uma das principais questões abordadas por João Assunção. O estudante realçou a necessidade de expansão da associação e considerou “fundamental” reunir o complexo do edifício da Associação Académica de Coimbra sob a gestão da mesma.

O atual Dux Veteranorum, Matias Correia, destacou o simbolismo da Tomada da Bastilha, lembrando que este momento marcou a “libertação” dos estudantes da opressão exercida por parte dos lentes e da reitoria.

Fazendo uso das palavras de Mark Twain, Matias Correia enfatizou a vitalidade do sentimento academista. Na opinião do Dux, a forte adesão às comemorações do aniversário da Tomada da Bastilha (e não só) demonstram a vontade que os estudantes têm de “querer fazer parte da tradição e da história da Associação Académica”.

Matias Correia ainda explicou que, apesar de não ser partidário, o Conselho de Veteranos se guia pela “política da casa dos estudantes da Associação Académica”, apoiando assim as palavras de reivindicação proferidas por João Assunção. Apesar da índole mais praxística, o Dux considera que o Conselho não é “a família real britânica” e, por isso, os estudantes mais velhos que o compõe devem servir de base às lutas estudantis.

A Tomada da Bastilha, que ocorreu a 25 de novembro de 1920, simboliza ainda hoje um dos marcos mais importantes da história da Associação Académica de Coimbra.

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