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A luta é para continuar: candidatos à DG/AAC prometem rua, reivindicação e proximidade

Durante mais de uma hora, Ghyovana Carvalho, pela Lista P – Académica Presente, Cesário Silva, pela Lista V – Académica de Valores e Pedro Dias, pela Lista T – Tudo pela Académica, confrontaram ideias e propostas no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra (UC) esperando atrair o voto dos estudantes na eleição da Mesa da Assembleia Magna e da Direção-Geral para o mandato de 2022. 

Foi com o Auditório da Reitoria a “rebentar pelas costuras” que os estudantes assistiram ao debate que reuniu os candidatos à Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC). Após o quarto de hora académico que atrasou o início da discussão moderada por João Fidalgo, da Rádio Universidade de Coimbra (RUC) , e Joana Carvalho, do Jornal Universitário “A Cabra”, Ghyovana Carvalho, candidata pela Lista P – Académica Presente, abriu as hostilidades prometendo uma “Académica Presente”.

De seguida, Pedro Marques Dias, atual vice-presidente da Direção Geral e candidato pela Lista T – Tudo Pela Académica, explicou que o seu projeto pretende levar a Académica aos associados.

“Tem havido uma descredibilização do próprio símbolo e um desligar da DG/AAC aos vários organismos” – Cesário Silva

Cesário Silva, candidato pela Lista V – Académica de Valores, fez uso da sua primeira intervenção para criticar as últimas Direções-Gerais por descredibilizarem o símbolo da Associação Académica de Coimbra (AAC).

Num segundo momento, o candidato da Lista T, que afirma a sua candidatura como um projeto de continuidade, enumerou algumas das lutas a que pretende dar seguimento no seu mandato.

Lembrando os problemas que a AAC tem passado nos últimos anos, Ghyovana Carvalho respondeu ao seu oponente afirmando que não se pode dar seguimento a projetos de continuidade sob pena de ficar com uma AAC estagnada.

Cesário Silva partilhou da visão da candidata da Lista P, afirmando-se assim como alternativa à atual DG/AAC. Segundo o antigo membro do Núcleo de Estudantes de Informática (NEI/AAC), o trabalho reivindicativo das sucessivas Direções-Gerais tem sido descurado e o estudante comum tem a perceção de que a luta da AAC é inexistente.

“Tentam vender-nos que a educação deve ser negociada e ter um preço” – Ghyovana Carvalho

Questionada sobre o papel que a DG/AAC tem tido nas várias lutas pelas quais a AAC se bate, Ghyovana Carvalho salientou o bom desempenho de João Assunção no decorrer do presente mandato, mas lembrou que esta postura “já vem tarde”.

Pedro Dias aproveitou as palavras da candidata para acrescentar que “não podemos parar e baixar os braços”, lembrando as questões do abandono escolar e do aumento da atribuição de bolsas no presente ano letivo.

“Não podemos ficar-nos pela luta, mas essa luta tem que ser sentida pelo estudante comum” – Cesário Silva

Já Cesário Silva contrariou as palavras dos adversários nesta corrida eleitoral e lembrou que foi no mandato ao qual João Assunção deu continuidade que os estudantes perderam um prato social ao invés de o terem ganho, conforme havia sido prometido pelo reitor Amílcar Falcão e pelo ex-presidente da Direção-Geral Daniel Azenha. O candidato, que se apresenta através do lema “Académica de Valores”, apelou a uma “necessária” procura de investimento vindo de novos parceiros de forma a garantir a sustentabilidade económica da Associação.

“Estão-se a esquecer de nós. Estão-se a esquecer de Coimbra, mas nós não nos esquecemos dos nossos estudantes.” – Pedro Marques Dias

Em relação àquilo que às residências universitárias diz respeito, Pedro Marques Dias propôs a criação de um novo espaço no coração da Baixa conimbricense e mostrou-se indignado com o esquecimento de Coimbra por parte do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES).

Enquanto Cesário Silva referiu a inércia da AAC face ao problema e afirmou achar que não se deve pensar em fazer novo antes de garantir condições básicas para aquilo que já existe, Ghyovana Carvalho considerou a questão “ingrata” e explicou que não se sente capaz de dizer se prefere resolver os problemas existentes ou dar casa a novos estudantes.

No setor da cultura, do desporto e da ligação aos organismos casa, as questões multiplicaram-se. Pedro Marques Dias deu especial destaque ao apoio logístico que tem de ser dado a núcleos e secções e referiu a necessidade da captação de associados seccionistas para a casa. Já a candidata da Lista P exprimiu a sua preocupação com a ingerência da casa nos organismos autónomos. No entanto, o ponto comum entre ambos foi a urgência da devolução do TAGV aos estudantes.

Cesário Silva manifestou também algumas das preocupações dos outros candidatos, mas debruçou-se especialmente sobre a procura de espaços que sirvam os organismos e sobre a comunicação com os mesmos.

“É missão da DG/AAC representar todos independentemente do Pólo” – Pedro Marques Dias

Na opinião de Ghyovana Carvalho, falta à AAC ligação ao centro histórico da cidade e isso só poderia ser combatido através da divulgação do trabalho da mesma. Por oposição, Pedro Marques Dias expressou a necessidade de descentralizar a Académica, uma vez que estudantes de outros Pólos (como é o caso do Pólo II) acabam muitas vezes por sair prejudicados.

Cesário Silva, que é estudante no Pólo II, saudou a postura do colega, mas lembrou que este um problema já foi anteriormente apontado por outros ex-candidatos ao cargo que, depois de eleitos, pouco fizeram nesse sentido. Para o representante da Lista V, faltam resposta para o Pólo II, algo que passa pelo reforço da frota dos SMTUC.

“Não podemos ter as secções com água a cair-lhes na cabeça” – Ghyovana Carvalho

Em relação ao edifício-sede da AAC, que tem sido um dos grandes temas de debate nesta campanha eleitoral, Ghyovana mostrou-se satisfeita com o primeiro passo dado pela reitoria (foi anunciada, no passado dia 20 de outubro, uma primeira intervenção avaliada em cerca de 200 mil euros), mas pede mais. Para a estudante da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC), a Académica não se pode ver obrigada a recorrer a financiamento privado que ponha em causa o princípio da independência consagrado nos estatutos da Associação.

Pedro Marques Dias afirmou ser da mesma opinião e considerou fundamental um maior investimento por parte da reitoria e do Estado.

Por seu lado, Cesário Silva denunciou a exploração dos símbolos académicos por parte da Universidade, algo que, no seu entender, teria de ser recompensado.

O calendário eleitoral marca o voto antecipado para segunda-feira, dia 15 de Novembro, entre as 10h00 e as 21h00, a votação geral para quinta-feira, dia 18, entre as 10h00 e as 19h00, e o dia de reflexão é na terça anterior ao voto geral, 17 de Novembro. A localização das urnas e demais informação relativa à eleição dos dois órgão sociais da Académica está disponível no site https://eleicoes.academica.pt/.

[atualizada: 23:31, 11 de novembro]

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