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Pedro Dias: “insto à participação estudantil em massa na quarta-feira”

As implicações do chumbo do orçamento na propina, as bolsas de ação social atribuídas até outubro e o protesto marcado para quarta-feira na Cantina São Jerónimo foram os assuntos da conversa no Especial Academia do programa Observatório de segunda-feira, 1 de novembro.

Na quarta-feira pela hora de almoço, a AAC vai protagonizar uma concentração, em frente à Cantina São Jerónimo, pelo regresso da refeição social e do pagamento em numerário em todas as cantinas. Apesar de ter votado contra a proposta apresentada na Assembleia Magna de 20 de outubro, e dessa votação já ter ocorrido sem quórum, a Direção-Geral vinculou-se ao resultado da contagem que deu maioria à sua aprovação. O vice-presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), Pedro Dias, sublinou a legitimidade que o historial do assunto das cantinas confere à reivindicação e explicou que o voto contra da DG/AAC se baseia na confiança que têm nos “números que a reitoria mostrou recentemente” em reunião que manteve com os dirigentes estudantis. Os números apresentados indicam, comparando o mês de setembro com os de anos anteriores, que a Cantina Químicas e a Cantina Central (Azuis) são neste momento suficientes para responder à procura pelo prato social no Polo1 da UC. O estudante garantiu que se esses indicadores mudarem, a Associação Académica de Coimbra estará na linha da frente para pedir o reforço da disponibilidade do prato social. Agora que está vinculada á participação e promoção da manifestação de quarta-feira a DG/AAC quer mobilizar toda a comunidade.

“Não podemos deixar para trás todos os que não têm o cartão ou smartphone carregado com bateria”

O regresso do pagamento em numerário é outra reivindicação central na concentração de quarta-feira, uma reivindicação na qual a DG-AAC parece rever-se inteiramente. Pedro Dias recorda que “desde cedo que os SASUC não servem unicamente a comunidade universitária” e que existe um dever com a própria cidade de Coimbra. Apesar de reconhecer mérito na plataforma SASUC Go e no cartão UC na digitalização dos processos de pagamento, o vice-presidente da DG/AAC reforça a importância de permitir que se pague em dinheiro recordando que “não podemos deixar para trás todos os que não têm o cartão ou smartphone carregado com bateria” e conclui que “radicalizar a informatização das coisas é por de parte os casos limite”.

“Os reptos da AAC estão a alcançar os gabinetes em Lisboa”

A proposta de OE2022 apresentada pelo Governo à Assembleia da República foi chumbada pela maioria dos deputados na quarta-feira, 27 de outubro. Pedro Dias diz compreender as motivações políticas dos diferentes partidos mas não deixa de considerar que tinha sido mais importante para os interesses dos estudantes que o orçamento, onde estavam inscritos um abaixamento da propina e outras medidas para os apoios sociais, tivesse sido aprovado. Apesar da indefinição sobre o resultado que o chumbo do OE2022 vai ter, o dirigente da Académica afirma que “não podemos olhar para isto como algo desperdiçado” e entende que a inclusão destas medidas numa proposta de orçamento “é indicador de que os reptos da AAC estão a alcançar os gabinetes em Lisboa”. Pedro Dias acrescenta que “seja qual for o resultado das eleições, o PS, que se encontra no governo, não deixará de ter preponderância e que membros de outros partidos vão ao encontro destas reivindicações”.

Na semana passada a Direção-Geral do Ensino Superior revelou que até outubro de 2021 tinham sido atribuídas um total de 23.747 bolsas a estudantes do ensino superior para o ano letivo 2021/2022, das quais 17.251 começaram já a ser pagas. Embora os números revelem uma aceleração nos processos de atribuição e pagamento, quando analisados com referência aos anos anteriores, Pedro Dias adjetiva os números de “alarmantes” e entende que confirmam “os impactos da pandemia nas condições socioeconómicas dos agregados familiares”. Aponta ainda para a existência de uma “zona cinzenta” onde “por uma pequena parcela de valor” várias famílias não estão cobertas. Conclui que os números são um alerta para as instituições estarem atentas à realidade dos agregados mais desfavorecidos e de que é necessário “rever os critérios legais de atribuição de bolsas”.

A conversa completa está disponível no link acima (o podcast RUC) ou na plataforma Spotify.

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