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Marcha contra as propinas junta dezenas de estudantes

O dia do cortejo da Queima das Fitas 2021 ficou marcado pela mobilização dos estudantes por um ensino superior gratuito.

A Associação Académica de Coimbra (AAC) saiu à rua neste domingo, dia 24, para se manifestar pela abolição da propina no ensino superior. A marcha “30 anos de gerações contra a propina. Até quando?!”, proposta em Assembleia Magna pelo presidente da Direção-Geral da AAC (DG/AAC), João Assunção, seguiu desde a Praça 8 de Maio até ao recinto da Queima das Fitas.

Esta manifestação, que teve início pelas 14h30, juntou várias dezenas de estudantes com cartazes onde se podia ler frases como “A propina é para acabar” ou “Queremos o que já somos: o futuro!”

Em declarações à RUC, João Assunção explicou que, no entender da DG/AAC, as propinas representam a elitização do ensino superior, fazendo dele “um privilégio” – visão na qual o dirigente associativo não se revê.

Esta marcha contou também com algumas crianças que desfilaram junto a elementos da Direção-Geral. Segundo o presidente da DG/AAC, esta foi uma forma simbólica de questionar se as novas gerações também terão de se bater pela mesma luta que a Associação Académica de Coimbra trava há já 30 anos.

No entender de João Assunção, a data na qual se realizou este protesto (que coincide com o cortejo da Queima das Fitas 2021) traz um maior destaque à luta contra as propinas, uma vez que, neste momento, os holofotes estão voltados para a cidade de Coimbra.

Dado que o Orçamento de Estado para 2022 tem sido um dos temas mais badalados das últimas semanas, o dirigente associativo espera que esta ação da Direção-Geral faça com que o assunto da abolição da propina seja parte da discussão.

Para o presidente da DG/AAC, a “guerra às propinas” não se pode confundir com a luta por mais ação social sob pena de que esta sirva para financiar a propina aos estudantes bolseiros.

Ghyovana Carvalho, estudante na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC), liderou os cânticos no trajeto feito pela comitiva estudantil. Na opinião da estudante de mestrado em Direito, a mistura entre o cortejo da Queima das Fitas e esta reivindicação da AAC “aumenta todo o simbolismo desta festa cultural”.

De entre as várias palavras de ordem proferidas por Ghyovana através do seu megafone, a estudante destacou a frase “A educação é um direito, sem ela nada feito”. Segundo afirma, a consagração da educação enquanto direito só é possível com a abolição da propina e essa é mesmo a “mensagem maior” que esta marcha deve passar.

Após ter proposto em Assembleia Magna uma manifestação nacional em frente à Assembleia da República (proposta a que João Assunção não acedeu), Ghyovana considera que há condições para que a luta ganhe mais força se a AAC se juntar a outras associações de estudantes.

No próximo dia 3 de novembro (dia em que se celebra o aniversário da Associação Académica de Coimbra), a AAC volta a sair à rua, deslocando-se até às cantinas rosas para reivindicar o “regresso da refeição social e do pagamento em numerário em todas as cantinas”.

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