Rui Antunes: “Estatuto da carreira incentiva os professores a desinvestir do ensino”
O Observatório de terça-feira, 19 de outubro, contou com comentário à atualidade pelo presidente da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), Rui Antunes.
O presidente da ESEC contou como a sua escola assinalou o dia, com discursos de Rui Antunes, do presidente do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), Jorge Conde, e do presidente da Associação de Estudantes da ESEC, prémios e homenagens. A sessão terminou com uma conferência proferida por uma ex-professora sobre os desafios de ser professor na actualidade.
Rui Antunes destacou também a satisfação de iniciar um ano lectivo quase em normalidade, depois das restrições do ano anterior em pandemia. Para o presidente da ESEC, “uma escola necessita de presença, de contacto… é um espaço com pessoas”.
Rui Antunes falou também do projeto para criar novas instalações em Bencanta, dado que as instalações atuais são insuficientes para a dimensão da escola.
Em comentário à tomada de posse do novo executivo camarário, Rui Antunes aifrmou que espera que o novo executivo combata o marasmo da cidade e que espera maior ligação entre a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e diversas entidades da cidade, nomeadamente o IPC. O atual presidente da ESEC, anteriormente presidente do IPC por dois mandatos, conta que, como presidente do IPC, nunca foi ouvido pelo presidente da CMC.
Rui Antunes referiu também que uma restrição à atividade dos professores resulta da desadequação do atual Estatuto da Carreira Docente, que exige muito dos professores, que têm que leccionar e investigar. O presidente da ESEC diz que o estatuto está a incentivar os professores a desinvestir do ensino, em detrimento da investigação.
Relativamente ao Orçamento do Estado para 2022, Rui Antunes considera que é um mau orçamento para o ensino superior e “cheio de truques”, com um crescimento artificial que corresponde a compensação pela redução das propinas e não a um reforço do financiamento.