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Paulo Peixoto: “Cerca de metade dos problemas que aparecem na Provedoria têm a ver com questões relativas aos Serviços Académicos”

As dificuldades financeiras ou pedagógicas dos estudantes que frequentam a Universidade de Coimbra (UC) bem como os “novos problemas”, aqueles que a pandemia colocou com aulas a distância para estudantes internacionais em diferentes fusos horários, estiveram em foco nesta conversa.

A RUC recebeu o Provedor do Estudante da Universidade de Coimbra, Paulo Peixoto, no decorrer da emissão do programa “Pescadas Monumentais”, que esta semana se está a realizar em direto do Estádio Universitário, onde estão a ocorrer as matrículas dos alunos que agora ingressam no ensino superior. A conversa decorreu esta quinta-feira, dia 30 de setembro.

“O Provedor do estudante existe para defender e ajudar a defender os legítimos interesses dos estudantes “

Um dos problemas atuais dos que já foram estudantes da Universidade de Coimbra passa pelas “dívidas remanescentes”, revelou o provedor à RUC. Aqueles que terminaram os seus cursos ou que “por alguma razão não os concluíram” e deixaram uma dívida à Universidade de Coimbra, levam a problemática à provedoria. Qualquer universidade “é obrigada a cobrar essa dívida” e quando o prazo se esgota envolve as finanças.

Quanto aos estudantes internacionais, a propina de sete mil euros, pode causar dificuldades a muitos deles. São mais de cem as nacionalidades dos estudantes que frequentam a UC. Os problemas vividos pelos que chegam à Academia são diversos e a geografia de origem diferencia as dificuldades que enfrentam na cidade.

“Vinte a trinta por cento dos problemas que chegam à provedoria são de natureza pedagógica “

As dificuldades que os estudantes nacionais enfrentam muitos deles decorrem de problemas novos. O fim dos mestrados integrados e de alguns estudantes serem apanhados na transição, foram destaque do provedor. As questões “envolvem muitas vezes as unidades orgânicas, os coordenadores dos cursos e os serviços académicos”, disse. “Cerca de metade dos problemas que aparecem na Provedoria têm a ver com questões relativas aos Serviços Académicos”, depois, “20 a 30 por cento são problemas de natureza pedagógica”, de relacionamento com os professores e com os cursos, adiantou Paulo Peixoto.

Dentro do que tem sido a política nacional para acolher estudantes refugiados, a UC vai continuar disponível para albergar alguns destes estudantes. Para bem receber estas comunidades estudantis, a “provedoria interage com várias parcerias”, por exemplo com o “Fundo Solidário do Instituto Justiça e Paz”. Um mecanismo que tem resolvido problemas financeiros e “facultado alimentação” ou mesmo a “roupas de cama e a vestuário”, bem como formação em “Língua Portuguesa”, mencionou Paulo Peixoto. O provedor do Estudante não colocou de lado a possibilidade de voltar a ser criado um “ano zero” para estes alunos.

Um dos grupos mais vulneráveis quanto ao domínio da língua, tem sido o dos estudantes que chegam à UC vindos da Guiné-Bissau. “Não sendo refugiados têm particulares dificuldades de inserção” e merecem um acolhimento especial, sinalizou o provedor.

“A Provedoria tem uma ação muito direta com os Núcleos dos Estudantes”.

A conversa com Paulo Peixoto permitiu concluir que a disponibilidade do provedor em relação aos núcleos dos estudantes tem sido total. Sendo uma das instâncias que fazem a ligação aos coordenadores dos cursos resolvem muitos dos problemas e sinalizam outros junto da provedoria. A APEB – a Associação de Pesquisadores e Estudantes Brasileiros em Coimbra, tem sido outra das instituições que tem mantido um diálogo permanente com a Provedoria do Estudante da UC.

Nota: A RUC conversou com o Provedor do Estudante a partir do Estádio Universitário. O provedor estava nos estúdios na Padre António Vieira.

Fotografias: Daniel Rosa e Isabel Simões

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