Os principais problemas da União de Freguesias de Coimbra foram debatidos na RUC
Baixa da cidade, mobilidade no seio da freguesia e as obras na zona histórica estiveram em foco no debate entre os candidatos à União de Freguesias de Coimbra.
Durante a tarde do passado sábado, dia 18, os candidatos à União de Freguesias de Coimbra (UFC) – João Francisco Campos, pela coligação Juntos Somos Coimbra (JSC), Carlos Veiga, pelo Partido Socialista (PS), Paulo Anjos, do movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), e Gonçalo Almeida, pela Coligação Democrática Unitária (CDU) – reuniram-se na sala cedida pelo Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC) para o segundo debate promovido pela Rádio Universidade de Coimbra (RUC) no âmbito das eleições autárquicas que se realizam no próximo dia 26 de setembro. A moderação esteve a cargo de António Cerca Martins.
“A baixa precisa de ter vida, precisa que levemos para lá empresas criativas” – João Francisco Campos
A baixa da cidade, considerada como o coração de Coimbra, foi um dos principais assuntos a ser debatidos no passado sábado. Enquanto o atual presidente da junta de freguesia, João Francisco Campos, que agora se recandidata pela coligação Juntos Somos Coimbra, considera que o futuro da baixa deve passar pela atração de investimento para o local, o seu oponente que concorre pelo PS considera que podia ter sido feito mais, denunciando alguma falta de diálogo entre a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal. O candidato do movimento Cidadãos por Coimbra, Paulo Anjos, considera que a baixa “precisa de um conjunto de intervenções mais agregadas e mais sustentadas”, algo que se poderia traduzir na compra e reabilitação de imóveis que trouxessem a população de volta ao centro da cidade. Na opinião de Gonçalo Almeida, candidato pela CDU, é necessário criar espaços de lazer e arrendar casas a custos moderados de modo a fixar os mais jovens.
“O CPC propõe que haja uma melhor comunicação mais fácil, mais fluída entre a junta de freguesia e os seus fregueses” – Paulo Anjos
O candidato do movimento Cidadãos por Coimbra destacou a fraca conexão entre fregueses e junta de freguesia, algo que, para Paulo Anjos, tem de ser alterado de modo a democratizar a freguesia. Esta é uma ideia que vai de encontro às queixas do candidato do PS, que também apontou a falta de diálogo entre a o executivo e as pessoas que investem ou têm um papel relevante no freguesia. Já Gonçalo Almeida afirmou que esta falta de diálogo leva a que outros projetos fiquem “na gaveta”, como é o caso do pavilhão do Sport Clube Conimbricense. João Francisco Campos apontou a falta de disponibilidade do presidente da Câmara Municipal, Manuel Machado, como uma das principais razões pelas quais a freguesia não se consegue desenvolver.
“A zona limítrofe tem de ter estacionamento para as pessoas poderem vir de autocarro ou comboio para a baixa” – Gonçalo Almeida
Para Gonçalo Almeida, as freguesias limítrofes do centro da cidade têm de estar bem servidas de transportes de modo a diminuir o tráfego automóvel em Coimbra, algo que só se pode articular com a preservação da Estação Coimbra A e com o aumento da frota dos SMTUC. Já o candidato do Cidadãos por Coimbra não vê as coisas da mesma forma, uma vez que, embora entenda a limitação do tráfego automóvel no centro da cidade, defende que “com ou sem comboio na frente ribeirinha, a Câmara Municipal tem de colocar um conjunto de estruturas que permitam ter um usufruto digno muito ligado ao rio”, algo que, no seu entender, é uma prioridade. João Francisco Campos destacou o “eleitoralismo” que tem caracterizado a implementação da Ecovia e que, na sua opinião, tem condenado uma “boa ideia” ao fracasso. Carlos Veiga não partilha da mesma visão e aponta o aumento de participantes universitários como efeito positivo do projeto.
“Nós conseguimos passar com uma cadeira de rodas ou com um carrinho de bebé em todas as ruas que foram intervencionadas” – Carlos Veiga
Carlos Veiga defendeu as obras realizadas na zona histórica da cidade que têm gerado polémica em Coimbra, uma vez que promoveram um maior conforto e aos residente na alta da cidade. João Francisco Campos não se mostrou da mesma opinião e queixou-se ainda da falta de contacto da Câmara com a Junta no momento de proceder à intervenção. O candidato do movimento Cidadãos por Coimbra afirmou que “a câmara municipal tem descorado toda a realidade sobre o edificado da parte histórica de Coimbra”, algo que também vale para as históricas repúblicas que têm enfrentado alguns problemas nos últimos anos. Já Gonçalo Almeida explicou que, na sua opinião, “as obras são sempre necessárias, desde que as pessoas sejam ouvidas (algo que não aconteceu)”.
Para ouvir este debate na íntegra basta consultar o link acima ou aceder através do Spotify.