Filipe Reis: “Todas as forças políticas falam em sustentabilidade, o problema surge quando é para passar à ação”

No âmbito do ciclo de entrevistas pré-eleitorais organizado pela Rádio Universidade de Coimbra (RUC), recebemos na passada sexta-feira, dia 17, Filipe Reis, candidato pelo partido Pessoas Animais e Natureza (PAN) à Câmara Municipal de Coimbra.

“A preocupação central do PAN é a resposta aos dois grandes problemas da humanidade: os efeitos das alterações climáticas e a grave crise económica e social que resulta da pandemia”

Filipe Reis apresentou a sua candidatura com foco no flagelo das alterações climáticas que, segundo o próprio, tem de começar a ser resolvido a nível local e é uma preocupação que tem de estar presente na abordagem a todos os outros assuntos, e na recuperação económica pós-pandemia, sem nunca esquecer os princípios da justiça social e da sustentabilidade.

Em relação às outras candidaturas, que no decorrer desta campanha já adotaram algumas das bandeiras que caracterizam o PAN, o candidato afirma que falta que estas ideias saiam do papel.

“O transporte público é um serviço público, as pessoas têm de ter essa garantia”

A questão da mobilidade tem sido um dos principais temas destas autárquicas, algo que não escapa ao programa do PAN. Para Filipe Reis, o ideal é que Coimbra seja uma cidade próxima das pessoas em que o uso do automóvel ou do autocarro possa ser dispensável (algo que a Câmara não tem promovido ao afastar as populações da Baixa), mas, não sendo possível, o pretendente à presidência da Câmara Municipal destacou a importância dos transportes públicos. A Ecovia (que, na opinião do candidato, é “um projeto muito interessante que está a correr mal”), o aumento da rede de tróleis ou a disponibilização dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) a toda a população (segundo Filipe Reis, muitas vezes os horários dos autocarros são apenas pensados consoante a calendarização escolar do ensinos básico e secundário) são algumas das soluções apresentadas no sentido de tornar Coimbra numa cidade mais sustentável.

O cabeça de lista do PAN realçou também a importância dos veículos leves, como as bicicletas (que têm sido incentivadas pela Câmara com a construção de ciclovias, que, no entender de Filipe Reis, se devem estender à margem esquerda do rio Mondego), ou das trotinetes, que, para o candidato, devem ser disciplinadas.

“Nós defendemos que todas as ruas de todas as localidades de todas as freguesias do concelho tenham um passeio ou outra solução”

O candidato do PAN lembrou que o concelho de Coimbra não está pensado para todas as pessoas e explicou que, em muitas localidades, “é impossível a deslocação para uma pessoa com mobilidade reduzida”. No sentido de promover a deslocação destas pessoas, a cidade deve apostar na construção de infraestruturas que, apesar de não serem “obras de encher o olho”, promovam a justiça social entre os habitantes da cidade de Coimbra. Filipe Reis aponta que este também é um modo de empregar uma parte da população da cidade que não tem lugar na “nova economia”.

“Coimbra tem problemas que vão muito além dos animais adotados”

Relativamente ao mundo animal, o candidato escolhido pelo PAN defende a monitorização da população animal, acrescentando que muitos gatos e cães não têm o chip que permite a sua localização, mas também a esterilização em massa no sentido de desacelerar o aumento do número de animais.

O controlo dos animais assilvestrados (que nascem na rua, filhos de outros animais abandonados) foi também referido como uma necessidade por Filipe Reis, que sugere a criação de parques de matilha (uma solução que, segundo afirma, outros municípios já adotaram).

Para ouvir esta entrevista na íntegra basta clicar no link acima ou aceder através do Spotify.