CpC quer Autarquia de Coimbra mais Cidadã e Assembleia Municipal mais interventiva
O programa do movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) para as Eleições Autárquicas resultou de um processo colaborativo que envolveu os munícipes do concelho mas também instituições, forças vivas da cidade e associações, ao longo dos últimos quatro anos. “O cidadão tem voz”, afirmou na apresentação das propostas, o coordenador do movimento, Jorge Gouveia Monteiro, ontem, no Salão de Chá da Sereia.
Com um programa assente em cinco pilares o CpC comprometeu-se com mais “cidadania, democracia e boa governação”, com a “democratização cultural e educação emancipatória” no concelho, com mais “vida saudável num ambiente em equilíbrio”, não esquecendo a “economia e justiça social” para que os munícipes alcancem “qualidade do viver”.
Coube a João Malva, primeiro nome da lista candidata à Assembleia Municipal de Coimbra, apresentar o programa. O Provedor do Munícipe foi o primeiro exemplo de medida prioritária, proposto pelo CpC. A necessidade de mais diálogo com as freguesias e as queixas “frequentes” dos munícipes, estão na base da proposta.
A falta de público presente nas sessões da Assembleia Municipal, e a necessidade do órgão ser mais interventivo na discussão de grandes temas foram destacadas pelo CpC. A prevenção das cheias, o Plano Municipal de Coimbra para as Alterações Climáticas, a revitalização da Rua da Sofia ou a discussão do planeado para a Frente Ribeirinha, são exemplos do que poderia ser discutido para que a cidade tenha uma visão estratégica do futuro e não se limite a ser “a posta restante da Câmara”, no entendimento de Jorge Gouveia Monteiro.
A iniciativa de discussão com várias forças políticas, em outubro do ano passado, do que fazer na Frente Ribeirinha, trouxe o compromisso da CMC de colocar no site da Câmara informação sobre os projetos que fossem sendo aprovados, o que, de acordo com o coordenador do CpC, “não tem acontecido”. O CpC concorda com o programa de recuperação urbana proposto para a zona pela Parque Expo em 2012 e que compete ao Município liderar “toda a operação”, disse.
O CpC tem lançado ao longo dos últimos anos preocupações sobre Coimbra que depois ecoam em todas as forças políticas e na população, entre elas, as cheias nas margens do Mondego, a desqualificação dos Hospital dos Covões ou a intervenção “desastrosa” na vegetação ripícola do Rebolim.
Como exemplo de medida prioritária o CpC elegeu também a mobilização da cidade para o projeto Coimbra Capital Europeia da Cultura 2027.
O apoio a projetos intergeracionais de integração de cuidados, a promoção do envelhecimento ativo em todo o território, a implementação de uma política fiscal municipal diferenciadora para estimular a criação de emprego ou a melhoria e multiplicação de passeios pedonais, ciclovias e parques urbanos, para que Coimbra possa vir a ser uma “cidade de 15 minutos”, são propostas do movimento que constam do seu programa.