Teatrão quer transformar horizontes e aposta na diminuição da pegada ecológica
A continuação da presença de língua gestual portuguesa e a recente aquisição de um equipamento de audiodescrição, ou a criação de um Conselho de Turma, são exemplos das ações que vão permitir diversificar a presença de públicos na Oficina Municipal do Teatro (OMT). Apostada em fazer diferente a companhia de Coimbra apresentou ontem a programação para os próximos meses. “Do Centro” é o novo ciclo que vai acolher companhias profissionais de teatro da Região Centro.
Fazer diferente “revela-se em muitas coisas”, enfatizou a diretora artística d’ O Teatrão, Isabel Craveiro, aos órgãos de comunicação social presentes na divulgação da programação. Algumas das iniciativas passam por diminuir a pegada ecológica e por tornar os espetáculos da companhia mais acessíveis a públicos que regra geral não frequentam os espaços culturais.
Um novo ciclo de programação – “Do Centro”- vai decorrer até abril do próximo ano e vai trazer à Oficina Municipal do Teatro, já em outubro, espetáculos como “O Sítio” pela Companhia da Chanca, de Penela, ou “Canções Difíceis Fáceis” pela associação cultural d’ Orfeu de Águeda, ou ainda “CAR 12, A Grande Viagem” pelo ACERT de Tondela. Do mesmo programa, “Aleksei ou a Fé” da companhia “Ritual de Domingo” de Viseu apresenta-se em novembro.
Isabel Craveiro, mencionou que o novo ciclo foi pensado para colmatar a falta de um circuito de circulação das companhias da Região Centro. Com o novo programa pretende-se um primeiro passo.
Com o sentimento de que tem sido cada vez mais difícil trazer os alunos das escolas aos espaços de cultura ou levar a atividade artística às escolas, com a criação de um Conselho de Turma, a companhia pretende abrir um espaço de diálogo não só sobre o que se passou durante a pandemia mas também preparar o novo espetáculo para a infância. A primeira reunião acontece a 9 de setembro.
A celebrarem 20 anos em outubro, as Classes de Teatro têm inscrições abertas. Pessoas de todas as idades que veem no teatro “algo de útil para a sua vida”, inscrevem-se nas 13 turmas, quatro delas de jovens adultos e adolescentes. O serviço educativo permite a “ligação à sociedade”, afirmou a diretora da companhia. Duas turmas de estudantes universitários, gente de que há queixas na cidade sobre a pouca frequência de iniciativas culturais, na opinião de Isabel Craveiro demonstram o contrário.
“Da Família” assim se chama a nova criação do Teatrão. Vai partir de um livro de contos, com o mesmo nome, de Valério Romão e estrear a 9 de dezembro. A peça marca o regresso do diretor Marco Antonio Rodrigues. Insere-se na continuação da “narrativa” da companhia “da metáfora da CASA.”
Programas como “A meu Ver” de colaboração com a Acapo, ou o segundo ciclo do “Portas Abertas” sobre a Arregaça, são para continuar.
A colaboração regular com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra alarga-se a vários setores de que se destaca a colaboração no seminário com que termina a Rede Artéria em Belmonte de 2 a 3 de setembro para debater a cultura nas regiões do interior.
Ainda no âmbito da colaboração com o CES, o rapper Emicida que está em Residência Artística no CES, numa colaboração com a Universidade Popular Empenho e Arte do CES, promove “uma reflexão e um diálogo transatlântico sobre a relação entre arte, ciência e transformação social”, a ter lugar em 14 e 15 de outubro.
Já a 2 de setembro a OMT acolhe “A Noite da Lua de Sangue” representada pelos finalistas do curso de Teatro da Escola Superior de Educação de Coimbra, peça baseada no texto “Tambores na Noite” de Bertolt Brecht.