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Miguel Franco: “O trabalho do desporto tem de ser feito a par com a Universidade”

A relação entre o desporto universitário e o desporto seccionista, a presença de atletas da casa nos Jogos Olímpicos e o desporto adaptado foram os temas que marcaram o espaço de comentário do Observatório desta quarta-feira, dia 18.

Miguel Franco, presidente do Conselho Desportivo da Associação Académica de Coimbra (CD/AAC), foi o responsável por este espaço de comentário do Observatório.

“Quem paga o desporto universitário acabam por ser as secções”

Depois de, há duas semanas, a equipa universitária da basquetebol masculino se ter sagrado bicampeã nacional, Miguel Franco afirma que esta conquista não seria exequível sem o trabalho diário das secções desportivas da Associação Académica de Coimbra (AAC). Segundo o comentador, o desporto universitário e o desporto seccionista vivem uma relação simbiótica que deve ser estimulada, uma vez que atrai estudantes para a cidade e acaba por se traduzir em resultados.

Apesar das ajudas vindas da parte da Universidade de Coimbra (UC), o presidente do Conselho Desportivo considera que “ainda é preciso olhar para o desporto como um investimento”, destacando que as secções desportivas deviam ser isentadas dos pagamentos à instituição de ensino superior.

“A Catarina Costa não chegou aos Olímpicos porque alguém se lembrou agora”

A participação de 2 atletas da AAC nos Jogos Olímpicos de Tóquio, assim como de outros 2 atletas da UC, foi também uma das temáticas abordadas. Apesar de ainda haver espaço para fazer melhor, o balanço da competição foi positivo, com destaque para a prestação de Catarina Costa, atleta da Secção de Judo da Associação Académica de Coimbra (SJ/AAC), que alcançou o 5º lugar na categoria de -48 kg feminino. O comentador lembrou que esta prestação resulta de um longo investimento de várias estruturas e espera abrir portas a “mais Catarinas”.

“Queremos abrir a luta pelo desporto adaptado”

Os Jogos Paralímpicos, que se iniciam na próxima semana e que contam com a participação de dois atletas da UC, lançaram também a discussão acerca do desporto adaptado no seio da academia. Apesar de já existir há muitos anos, inserido nas diferentes secções, só no final de 2019 é que iniciou atividades a primeira secção de desporto adaptado da Associação Académica de Coimbra  (Pró-Secção de Boccia). Apesar de ter sido atrasado pela pandemia, Miguel Franco explicou que tem sido feito um grande investimento neste setor.

No entanto, a falta de apoios tem sido um grande entrave para a evolução do desporto adaptado na AAC. O presidente do Conselho Desportivo usou como exemplos a falta de transportes adaptados ou as condições do edifício da Associação para mostrar como ainda há muito trabalho a fazer no sentido de ter um desporto mais inclusivo na AAC.

A entrevista pode ser consultada na íntegra no link acima ou no Spotify.

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