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12.08.2021POR Gonçalo Pina E Miriam Lopes

Helena Freitas: “Tendo os meios e o conhecimento [para combater as alterações climáticas], aquilo que precisamos é de agir”

O mais recente relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) foi o foco do espaço de comentário do Observatório.

Helena Freitas, professora catedrática da Universidade de Coimbra (UC) e diretora do Centro de Ecologia Funcional (CEF), foi a responsável pelo espaço de comentário do Observatório desta quarta-feira, dia 11.

“O custo de não fazer mais é cada vez maior”

Décadas depois dos primeiros alarmes acerca da situação climática planetária, Helena Freitas considera que ainda falta fazer muito para conseguir combater a catástrofe que se avizinha. A comentadora apontou o dedo àqueles cujo o interesse é “perpetuar as lógicas do passado”, que se têm aproveitado das pessoas que, tendencialmente, se “apropriam das narrativas mais penosas”.

No entanto, a docente mantém a esperança de que a UN Climate Change Conference (COP26), que se realiza em Glasgow no final deste ano, possa ser um momento de viragem naquilo que tem sido o rumo do planeta.

“Nós temos soluções. É isso que agora importa conseguir promover”

A comentadora considera que, apesar dos dados negativos apontados pelo relatório do IPCC, também há sinais positivos, uma vez que “temos tecnologia capaz de promover a mudança”. A descarbonização total é, neste momento, “muito mais importante do que aquilo que teremos de remediar”, mas não deve evitar algumas das consequências que já se consideram irreversíveis.

O aumento da temperatura média global em 1,5ºC até 2040 é uma das conclusões mais preocupantes deste relatório. Segundo Helena Freitas, isto pode significar uma maior gravidade e imprevisibilidade dos grandes eventos a que temos assistido.

“O consumidor tem de alinhar numa transição alimentar essencial”

A diretora do Centro de Ecologia Funcional assinalou ainda a importância de uma transição alimentar, que passa pela mudança de hábitos dos consumidores, mas também pela alteração do modelo de agricultura intensiva que tem sido adotado ao longo do último século.

Para que se verifique a ação dos principais decisores políticos e dos grandes grupos económicos, Helena Freitas apela a que haja “algum sobressalto cívico”. O movimento liderado pela jovem sueca Greta Thunberg no período pré-pandémico foi usado como exemplo da mobilização de massas para esta causa pela professora, que defendeu que “são precisas mais Gretas”.

O comentário completo pode ser ouvido no link acima ou no nosso Spotify.

 

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