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12.07.2021POR Sara Lopes

Manuel Pires da Rocha: “Eu sou contra as remunerações dos políticos”

O comentário do observatório do dia 9 de Julho, sexta feira esteve a cargo de Manuel Pires da Rocha, professor de música e atual cabeça de lista pela CDU.

A situação da baixa de Coimbra, o aumento dos preços da habitação na cidade, o debate da reorganização hospitalar dos CHUC e o futuro dos Covões foram os temas de destaque no comentário de Manuel Pires da Rocha, professor do conservatório de música de Coimbra e atual cabeça de lista pela CDU à Assembleia Municipal de Coimbra.

“Um político deve impugnar por defender as causas dos seus eleitores”

Segundo o professor e político, o que está a acontecer na vida política em Portugal é “utilizar a política para favorecer interesses de grandes grupos económicos e sobretudo interesses pessoais da carreirinha, da vidinha dos tolos”.

“A baixa de Coimbra passou a ser uma zona de Airbnb”

Em relação à situação da baixa de Coimbra, a criminalidade, o problema habitacional e a crise no comércio local, para Manuel Pires da Rocha  “é necessário que haja uma política na habitação”.  Segundo o professor, “a habitação é um direito humano” e é essencial “adequar a cidade de Coimbra como uma cidade de habitação”.

Em relação ao aumento de preços  que se tem verificado nas habitações em Coimbra, para o cabeça de lista da CDU é imperativo que se criem mais residências universitárias, pois “mais importante que os negócios na baixa, é habitar a baixa”.

O também membro da Assembleia Municipal sugere que o lugar ideal para a construção de uma residência universitária seria a Penitenciária de Coimbra, pois o problema principal é que na cidade de Coimbra “há famílias que criaram o negócio da exploração de casas para estudantes”, o que contribuiu para a especulação imobiliária.

“O  orçamento de estado para a saúde entrega na mão dos privados 40 por cento do seu montante total”.

Em relação à estratégia de fusão dos Hospitais da Universidade de Coimbra, segundo o político, essa iniciativa deu lugar a que “a iniciativa privada pudesse instalar unidades hospitalares que ao fim ao cabo tomaram o lugar das unidades públicas” e que isso levou “a uma degradação do sistema nacional de saúde”.

Manuel Pires da Rocha critica ainda o Sistema de ADSE, afirmando que “enquanto o ADSE for utilizado para incentivar a iniciativa privada isso é precisamente para enriquecer os grandes grupos privados”. Já sobre as condições das duas maternidades existentes na cidade de Coimbra, o cabeça de lista da CDU afirma que ambas “estão numa situação precária infraestrutural” e acrescenta que “é preciso criar condições não só para os filhos como para as mães”, a propósito da Maternidade poder vir a ser parte integrante do Hospital dos Covões, defendendo uma reestruturação e reabilitação do edifício de forma complexa.

“Nós consideramos que o fulcral é retomar a ligação ferroviária que foi quase toda destruída na região centro”

Para Manuel Pires da Rocha, a construção do metrobus, que já estava previsto há algum tempo, não foi a solução mas sim a dissolução. Segundo o político “este metrobus matou o linha do ramal da Lousã que tinha  a valência de transporte de mercadorias”. Afirma ainda que  o transporte de mercadorias é tão essencial numa linha ferroviária como o transporte de passageiros.

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