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Centro de Documentação do TAGV dá conta da vida Cultural de Coimbra nas últimas seis décadas

O Centro de Documentação do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) está disponível para investigadores, estagiários e alunos da Universidade de Coimbra (UC). Ainda este ano vai ter acessível ‘online’, para o público em geral, cerca de 95 por cento da programação, desde 1961.

No último ano e meio foi possível convergir num espaço comum todo um espólio antes disperso. No lugar onde funcionava a produção está agora o Centro de Documentação.

A materialidade que acompanhou a VIII Delfíada, marcou a inauguração do TAGV em 9 de setembro de 1961, recortes de imprensa da época, um cartaz da apresentação do Ballet Nacional de Cuba, ou o cartaz da peça de teatro “Amado Monstro” de Javier Tomeo, a primeira a ser representada em 1992 pela Escola da Noite, são três exemplos do que pode ser encontrado no espólio. A apresentação pública teve lugar esta quinta-feira, dia 1 de julho.

Na sessão, o vice-reitor da UC para a Cultura e Ciência Aberta, Delfim Leão, afirmou que o Centro de Documentação do TAGV “é uma peça essencial que faltava”. Junta-se assim ao já existente Laboratório de Investigação e Práticas Artísticas (LIPA). O responsável destacou a importância da digitalização do acervo documental por ir permitir acesso a um público “mais amplo”.

Fernando Matos Oliveira, diretor do TAGV, evidenciou o facto de o histórico cruzar um tempo que remonta à inauguração do teatro, abarcando um período “pré-revolução no Estado Novo” com um momento revolucionário e “pós-revolução e de democratização”. O Centro de Documentação do TAGV guarda uma parte da memória “da vida da cidade, da região e do país”, disse.

Das tarefas em curso vai fazer parte o tratamento e preservação de materiais do teatro que corriam risco de se perderem, como os cartazes. Está também prevista a edição de obras que vão dar conta das existências em arquivo. Fernando Matos Oliveira informou também que os Organismos Autónomos da Associação Académica de Coimbra, CITAC e TEUC estão a ser apoiados para cuidarem do seu espólio. O diretor do TAGV realça a importância dos grupos universitários de teatro na profissionalização, antes da existência de Escolas Profissionais.

Há também alguns materiais de figurinos, e outros materiais da área dos objetos de cena mas por enquanto guardados num outro espaço. Existe todo um registo que dá conta do processo de produção e programação no acervo: a correspondência, a organização dos espetáculos, os materiais de divulgação ou os suportes de programação.

O TAGV pretende ainda desenvolver outras formas de apresentar os materiais em espólio. A edição em parceria com a Imprensa da UC é para continuar, em 2021 vão ser cinco as obras publicadas no espaço da Dramaturgia Contemporânea.

Delfim Leão, lembrou que as ações que contribuam para a transição digital fazem parte das linhas de força do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que a UC pretende aproveitar ao máximo o plano.

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