Saco da Baixa constrói um Estendal de Memórias
Assim como as lavadeiras estendiam a roupa no areal do Mondego ou no gradeamento dos muros da beira do rio, também na loja d’ O Saco da Baixa se faz arte em lençóis a partir das memórias de mulheres que vivenciaram a cidade de Coimbra.
Até ao próximo sábado é possível entrar no número 38 da Rua Eduardo Coelho, que conhecemos como Rua dos Sapateiros, e com o conhecimento da designer Joana Corker construir um estendal de memórias. A artista conta-nos o objetivo da oficina.
No primeiro dia passaram na na loja da Baixa de Coimbra histórias das lavadeiras que iam “a casa das senhoras” buscar a roupa para lavar no rio Mondego, já nos outros dias, as memórias chegaram de uma fábrica de panos, que deixou de existir, e de um local de venda de tecidos, sem esquecer o saber de uma modista, conta a designer.
A oficina utiliza várias técnicas de estampagem através de linogravura bem como a criação de carimbos com cartolinas e stencil. A artista explica que apesar do cumprimento de todas as regras definidas pela Direção Geral da Saúde ainda existe algum receio por parte das senhoras em sair de casa.
Esta semana a colaboração de Daniel Lopes, doutorando da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e de Cátia Rossa aluna do Mestrado de Design e Multimédia, tem sido uma mais valia.
Em momento futuro os dois alunos do Departamento de Engenharia Informática (DEI), um dos apoios d’ O Saco da Baixa, vão ser formadores numa oficina em que a partir de fotografias se vão bordar sacos, como conta a aluna do DEI.
A próxima oficina vai realizar-se com o artista plástico Hamilton Francisco Babu e tem como tema Oficina I Nós. Dias 6 a 8 julho das 14h até às 18h o trabalho vai passar pela Costura, Bordado e Serigrafia. A oficina tem disponíveis cinco vagas para mulheres com mais de 55 anos.
Fotografia: Tela Arzileiro