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16.06.2021POR Tomás Cunha

Carlos Robalo Cordeiro: “As medidas em Lisboa têm de ser reavaliadas”

O aumento de casos e as novas variantes foram os principais temas do programa desta quarta-feira.

O comentário no Observatório de dia 16 de junho esteve a cargo de Carlos Robalo Cordeiro, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

O aumento de casos de covid-19 em Lisboa vai ser um dos temas da reunião de Conselho de Ministros esta quinta-feira, confirmou o primeiro-ministro, à margem da aprovação do Plano de Recuperação e Resiliência, em Lisboa. No entanto, segundo os últimos dados o Governo não deverá antecipar recuos em Lisboa e continuará a seguir a matriz. Carlos Robalo Cordeiro apela à tomada de medidas na zona de Lisboa e Vale do Tejo de forma urgente. “Se as medidas não forem tomadas atempadamente o problema não se circunscreverá à capital”, afirma Robalo Cordeiro.  O médico e professor universitário não tem dúvidas acerca da necessidade de reavaliação das medidas em Lisboa.  Caso contrário o país ficará sob um “manto de aumento de casos e de hospitalizações”.

Variante Delta ataca mais novos, admite Robalo Cordeiro

Qual é a causa do número avultado de casos em Lisboa? Carlos Robalo Cordeiro aponta duas causas: a variante Delta e a diminuição dos cuidados por parte de muitos portugueses numa altura de calor e de muitas atividades culturais e desportivas. Relativamente às diferenças da variante Delta face a outras variantes, Carlos Robalo Cordeiro foi claro: tem maior capacidade para atacar populações mais jovens e tem força para contornar os anticorpos das vacinas.  “O tempo entre a primeira e a segunda vacina ( AstraZeneca) é de três meses”, lembrou Robalo Cordeiro. Nesse sentido, o médico e docente universitário à diminuição do tempo entre as doses da vacina AstraZeneca contra a covid-19. No que diz respeito à preparação do próximo ano Carlos Robalo Cordeiro apelou ainda à vacinação de todos os estudantes universitários durante o verão.

“Matriz de Risco está ultrapassada”

Relativamente à possibilidade de mudança da atual matriz de risco Robalo Cordeiro demonstrou apoio à medida. O médico e pneumologista não tem dúvidas que a matriz de risco está “ultrapassada” e que é preciso mudar alguns indicadores.  “Não podemos utilizar a incidência como indicador para a gravidade”, aponta o especialista.  Carlos Robalo Cordeiro explicou que a nova matriz de risco proposta pelo Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos seria mais adequada que a atual porque responderia de forma mais correta aos problemas trazidos pelas novas variantes e porque teria em conta o número de pessoas vacinadas. O problema? A falta de dados, afirma Robalo Cordeiro.  O diretor da FMUC reconhece que o modelo seria mais detalhado, mas que não há dados suficientes para aplicar esse método. Nesse sentido, é preciso testar mais, admite o médico dos CHUC.

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