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José Augusto Bernardes: “Não espero um regresso ao período pré-pandémico”

A época de exames, o ensino à distância, a prorrogação das bolsas de estudo dos bolseiros do Ensino Superior e o ensino da língua portuguesa em destaque em mais um Observatório.

O Observatório de terça-feira, dia 15, contou com o comentário à atualidade de José Augusto Bernardes, professor na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e ex-diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.

“Acho que a nossa Universidade não teme comparações com as outras”

Relativamente aos espaços de estudo existentes na Universidade de Coimbra, o professor catedrático afirma que “há muitos espaços na universidade para que os estudantes preparem os seus exames”.  No que diz respeito à biblioteca Geral, o professor reforça a importância que esta tem na Instituição, afirmando que esta é ” uma biblioteca que poucas universidades têm (…) mesmo com espaço reduzido pelas circunstâncias que vivemos pode acolher mais de 150 pessoas distribuídas pelas diferentes salas”.

“Às vezes é difícil encontrar funcionários disponíveis”

Confrontado com o facto de alguns estudantes criticarem o horário de funcionamento da biblioteca, o professor afirma que ” a biblioteca geral não pode estar aberta 24 horas por questões de segurança, mesmo assim o horário de funcionamento da biblioteca é bastante alargado”. Aponta ainda algumas razões que poderão estar na origem do horário limitado do espaço afirmando que  “tenho a certeza que se a biblioteca não está aberta durante mais tempo é por causa da falta de funcionários que muitas vezes não estão disponíveis por não morarem na região de Coimbra”.

“Não é possível expulsar o digital da nossa vida”

No que diz respeito ao ensino à distância, José Bernardes realçou o impacto que este teve durante a pandemia, afirmando que é essencial encontrar um equilíbrio entre o ensino online e o ensino presencial.

“Eu acho essa reivindicação perfeitamente justa, perfeitamente natural”

A prorrogação das bolsas de estudos foi uma decisão essencial na vida de centenas de estudantes investigadores. Segundo o professor catedrático todos os investigadores  têm prazos e trabalhos para terminar por isso têm o direito de ver as suas bolsas  de estudo prolongadas.

Em relação à passagem do TGV  por Coimbra e ao Metrobus , o ex-diretor da biblioteca geral da universidade de Coimbra sublinha a importância destas duas infraestruturas para a cidade que sem elas Coimbra irá ter “um dano de imagem enorme”.

“Preocupa-me a maneira como a língua é ensinada”

Especialista na área dos estudos literários o professor catedrático evidenciou algumas preocupações relativamente ao ensino da língua portuguesa, Bernardes afirma que “o patamar de exigência está a baixar muito na escola(…) nos meios de comunicação social, nos círculos políticos”.

Augusto Bernardes aponta algumas falhas que se evidenciam em discursos políticos . “Há dez anos atrás não se admitia que um  politico fizesse uma conjugação errada, nós agora  vemos protagonistas políticos ao mais alto nível  a exprimirem.se de forma incorreta(…) a usarem vocábulos com desleixo manifesto  e não são penalizados por isso, são penalizados por outras coisas” afirmou o professor.

“A noção de erro deixou de ser penalizada”

“Olhar para a RTP ou para a SIC ou para a TVI e ver a passar em baixo noticias com erros de ortografia isso é muito penalizador, a pessoa se é insegura fica a pensar se se escreve mesmo assim”. Alertou ainda  para as consequências do mau uso da língua que, segundo o especialista em estudos literários  pode levar “a um estádio de caos que pode prejudicar a língua pois ela é um sistema e tem que ter regulação”.

Pode ouvir o comentário completo acima, ou no Spotify da RUC.

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