Igualdade, Equidade e Diversidade na UC: um problema, um plano e um longo caminho a percorrer

O Plano para a Igualdade, Equidade e Diversidade surge da participação da UC no projecto SUPERA. Um projecto europeu com um objectivo claro: combater as desigualdades e integrar nas instituições parceiras do sistema científico, políticas e práticas para a igualdade de género.

A RUC esteve à conversa com Mónica Lopes, coordenadora do projeto SUPERA, que revelou os objetivos principais desta iniciativa.

 

Este plano pretende responder de forma estruturada aos desafios que decorreram do diagnóstico realizado na Universidade de Coimbra em diversas áreas da instituição.

Conforme refere Mónica Lopes, este plano é apenas o primeiro passo para uma Universidade mais igual e mais inclusiva. Será necessária uma atuação a médio longo prazo para traduzir as preocupações da UC em mudanças reais na instituição. No entanto, já neste primeiro passo, está contemplado um conjunto diversificado de acções que irão pressupor alguns processos de mudança institucional para a promoção da igualdade.

 

Embora o caminho seja longo, existem pequenas mudanças já pensadas que podem ir fazendo pequenas diferenças nestas desigualdades que “são estruturais e se encontram presentes nos próprios mecanismos institucionais”.

 

Quando questionada se as preocupações acerca destas temáticas é genuína e tem vindo a aumentar por instituições como a Universidade de Coimbra e a sociedade no geral, Mónica Lopes afirma que continua a existir uma forte resistência à intervenção proativa quanto a estas questões. Os atores no universo das instituições são os mesmos atores da sociedade no geral o que leva a que certos comportamentos discriminatórios na sociedade sejam replicados no ambiente institucional.

 

Mónica Lopes acrescenta que hoje em dia sofremos consequências antigas duma sociedade que era muito androcentrista, racista e discriminatória. Acredita que as gerações mais jovens podem ser impulsionadores de uma mudança mais profunda, mas afirma que vivemos numa sociedade “gender blind” onde os dados não são apresentados desagregados o que leva a uma “igualdade formal, mas não efetiva”.

A coordenadora do projecto SUPERA acredita que muitos dos comportamentos enviesados são inconscientes e não tem a ilusão que possam ser contrariados totalmente. No entanto acredita que a sensibilização e consciencialização são o primeiro passo para que esse tipo de comportamentos possam ser policiados e corrigidos na nossa vida quotidiana.

A entrevista pode ser ouvida na íntegra acima no serviço de podcasts da RUC e na plataforma Spotify.