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09.06.2021POR Tomás Cunha

José Manuel Mendes: “Muitos estudantes PALOP têm dificuldade no mercado da habitação por racismo”

As ligações PALOP-UC, o futuro do Ensino e o teletrabalho foram os principiais temas da conversa do Observatório deste terça-feira.

O Observatório de 8 de junho teve como comentador o professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, José Manuel Mendes. O acordo entre Associação Académica de Coimbra (AAC), Associação de Académicos Timorenses de Coimbra e UC foi o pontapé de saída de um programa que se centrou no mundo académico. A fuga ao rótulo de geração COVID e as dificuldades na entrada no mercado de trabalho dos atuais licenciados foram alvo de análise por parte de José Manuel Mendes.

Racismo dificulta acesso à habitação dos estudantes Palop

No Observatório do dia 8 de junho, André Dias Pereira, professor da Faculdade de Direito e membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra (CGUC), sugeriu a existência de um tutor para todos os estudantes do mundo lusófono. José Manuel Mendes recordou que a FEUC já tem um sistema de tutoria geral para todos os alunos e admite inclusive que não sente uma discrepância acentuada entre estudantes PALOP/ Timor Leste com os nacionais. O docente e sociólogo refere, no entanto, que os alunos dos países lusófonos têm problemas em arranjar casa em Coimbra: “Não tendo residências atribuídas, (alunos PALOP) têm dificuldade no mercado da habitação por racismo”, refere José Manuel Mendes. E o professor da FEUC vai mais longe e admite que já passou declarações de idoneidade a vários alunos provenientes de países lusófonos para que estes conseguissem arranjar habitação em Coimbra. Uma situação que tem de ser corrigida rapidamente, remata José Manuel Mendes.

Como fugir do rótulo Geração Covid? 

O segundo tema do programa foi reservado ao impacto da pandemia e dos estados de emergência nas Universidades, sobretudo no Ensino Superior. Na perspectiva do professor da FEUC o regresso definitivo às Faculdades não vai ser um regresso ao passado. Nesse sentido, José Manuel Mendes aponta para um ensino que utilize o virtual ao serviço do presencial, utilizando ferramentas como o Zoom por exemplo para reuniões individuais ou de grupo com os estudantes. Relativamente ao futuro dos jovens licenciados no período 2020-2021 José Manuel Mendes não tem dúvidas que o mercado de trabalho vai ter uma atitude pragmática face aos novos licenciados: “para fugir ao rótulo de geração COVID estes jovens vão ter de mostrar o seu valor”. Os empregadores “são pragmáticos”, afirma José Manuel Mendes. Questionado sobre a flexibilização dos horários de trabalho e dos problemas laborais resultantes do teletrabalho, José Manuel Mendes não tem dúvidas: “o teletrabalho vai perder força. Acredito que o futuro vai ser 50/50, com os criativos no escritório e os trabalhadores mais técnicos (programadores por exemplo) em casa”, dispara o professor da FEUC.

O resto do comentário pode ser escutado no serviço de podcasts RUC e no Spotify.

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