André Dias Pereira:” A Universidade de Coimbra tem que se afirmar como a Universidade da Lusofonia”

O observatório de segunda-feira, dia 7 de junho, contou com o comentário de André Dias Pereira, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra(UC).

“Língua portuguesa é a mais falada no hemisfério Sul”

Enquanto membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra e da Comissão de Ensino, Investigação e Desenvolvimento, André Dias Pereira abordou a possibilidade da criação do estatuto da lusofonia na UC.

O professor da Faculdade da Direito da Universidade de Coimbra lamenta o facto de “a UC já não ser uma referência, em alguns países, enquanto uma Universidade das elites de formação desses países”. André Dias Pereira realça que é necessária uma politica ” ativa e projetada para o futuro de procurar acolher os estudantes dos países da lusofonia”. O comentador do programa Observatório sugere a existência de um tutor para todos os estudantes do mundo lusófono. O docente da Faculdade direito deixou ainda uma promessa, ” vou pedir para que se crie um projeto-piloto para perceber como apoiar os estudantes da lusofonia”.

“Quando houver imunidade de grupo deixa de haver razão de ser para a existência de torniquetes [na UC]”

Sobre a existência dos torniquetes nas entradas das faculdades da Universidade de Coimbra,  André Dias Pereira reitera que deixa de fazer necessidade depois da vacinação à COVID-19 estar avançada. Quanto à aplicação SASUC GO, criada para que todas as atividades dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC) sejam pagos eletronicamente, o professor assume que o pior que pode acontecer é ” a devassa da vida pessoal, pois os SASUC passam a saber o que consumimos”. O comentador reforça que ” os SASUC praticam preços sociais para a comunidade académica da UC”.

“Um diploma que é aprovado sem votos contra [na Assembleia da República] merece ser lido do inicio ao fim e só depois fazer um debate sobre isso”

Relativamente artigo 6º ao “Direito à proteção contra a desinformação”, o membro do Conselho Geral da UC considera que o artigo serve para que, “se apoie entidades da sociedade civil que desenvolvam, por exemplo, o ‘fact-checking’ “. André Dias Pereira realça ainda que” o discurso de ódio presente nas redes sociais tem que ser combatido”.  O comentador reforça, “não é o parlamento português que está a querer regular a informação, é toda a União Europeia”.

“A legalização da Canabis para consumo próprio parece-me um bom caminho”

Face à discussão sobre a legalização de canábis para fins recreativos, André Dias Ferreira começou por dizer que “o modelo proibicionista é um fracasso” e, neste sentido, o professor defende que o assunto “exige um estudo cuidadoso”. Para o comentador do Observatório, “o álcool tem piores efeitos que a canábis e está regulamentado e por isso, a canábis pode seguir o mesmo caminho”.

A entrevista pode ser ouvida na integra no nosso serviço de podcasts ou no spotify.