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01.06.2021POR Tomás Cunha

Teresa Paiva: “Cada vez menos damos oportunidade para as crianças de brincar”

O dia mundial da criança, a importância de brincar e os atrasos educativos causadas pela pandemia em análise no Observatório de terça-feira.

O comentário do Observatório de dia 1 de junho, dia mundial da Criança esteve a cargo de Teresa Paiva, psicóloga no Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral de Coimbra.

A propósito do Dia Mundial da Criança, a RUC, conversou com Teresa Paiva de forma a perceber como é e como tem sido a vida dos mais jovens no último ano e meio. Questionada sobre a importância da data, Teresa Paiva, recordou a importância simbólica do 1 de junho como forma de sinalizar junto da comunidade os problemas das crianças.  No entanto, se a data pode ser importante num contexto mais amplo, para os mais jovens a data não deixa de um dia como todos os outros, admite Teresa Paiva.

“Brincar é fundamental”

A psicóloga e responsável pela coordenação, dinamização e avaliação do Grupo de Voluntários do Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral de Coimbra, recordou aos nossos microfones que o último ano e meio foi particularmente complicado para os mais jovens. As desigualdades que são mitigadas em ambiente escolar foram agravadas pelos dois confinamentos e o desafio passou por mitigar as assimetrias entre os estudantes mais favorecidos e menos favorecidos. Nesse sentido, Teresa Paiva explicou que foi necessário “informar os pais e as famílias” sobre a importância de “brincar” para as crianças. “Os pais não tiverem nem cabeça nem disponibilidade para estar com as crianças e quando estão o objetivo era naturalmente para a educação e para a aprendizagem”, admite Teresa Paiva.  “Cada vez menos damos oportunidade para as crianças de brincar”, lamenta a psicóloga.

“Fazer dois anos em um vai matar as crianças”

Outro dos temas da conversa foi o plano de Recuperação de Aprendizagens do Governo divulgado na passada terça-feira. O plano vai envolver um investimento de cerca de 900 milhões de euros. Teresa Paiva alerta que não possível fazer “dois em um” e ensinar num ano aquilo que devia ter sido ensinado em condições normais. “É preciso bom senso” avisa Teresa Paiva: “as crianças não vão conseguir processar toda a informação e simplesmente vão engolir a matéria”. É preciso um equilíbrio, remata Teresa Paiva.

Principezinho fechou a emissão

Para finalizar a conversa Teresa Paiva optou por citar Antoine de Saint-Exupéry, autor da obra o “Principezinho”, obra marcante do autor francês: ” As pessoas crescidas têm sempre necessidade de explicações… Nunca compreendem nada sozinhas e é fatigante para as crianças estarem sempre a dar explicações.” Esta frase e o resto da entrevista pode ser escutada na integra no nosso serviço de podcast ou então no Spotify (Observatório).

 

 

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