Ex-presidente do Conselho Fiscal da AAC: “A legalidade destas eleições é nula!”

As eleições para o segundo Contingente do Conselho Fiscal da Associação Académica de Coimbra (CF/AAC), foram marcadas por polémica e por acusações de irregularidades no processo eleitoral.

A impossibilidade de alguns associados exercerem  o direito de voto por não constarem na plataforma digital preparada para o efeito, foi um dos problemas levantados pelo ex-presidente do Conselho Fiscal, Francisco Costa. “Houve pessoas que foram mandadas embora da urna”, afirma o antigo dirigente da casa. Outra das situações apontadas por Francisco Costa foi a aparente irregularidade no webite “Eleições Académica”, que indicava a dada altura da tarde uma taxa de vontade superior a 99%.

Dora Santo admite falhas mas nega acusações de Francisco Costa

A atual presidente do Conselho Fiscal da Associação Académica de Coimbra (CF/AAC) e da Comissão Eleitoral da AAC, Dora Santo, nega as acusações. A presidente do CF/AAC garante que assim que a Comissão Eleitoral detetou o problema na plataforma optou pelo voto por envelope.

A presidente do CF/AAC,  admite terem existido falhas na plataforma digital mas que se deveram a problemas já conhecidos. A presidente do Conselho Fiscal e da Comissão Eleitoral para estas eleições recordou a diferença no processo eleitoral para o primeiro e segundo contingente:  Enquanto que nas eleições para o primeiro contingente os associados efetivos têm sempre um número único, sendo fácil associar a pessoa ao mesmo, nas eleições para o segundo contingente isso já não acontece.  Dora Santo relembra que em relação aos associados- seccionistas muitas vezes não existem dados completos como o cartão de cidadão, cartão de estudante e nome completo, algo que explica na sua perspetiva alguns dos problemas verificados. Ou seja, estas situações levam muitas vezes a falhas no armazenamento de dados. João Bento, delegado de coordenação do Conselho Fiscal e um dos responsáveis pela plataforma confirmou à RUC essa informação.

Uma das situações relatadas por Francisco Costa prende-se com a anulação de um voto que foi feita por João Albuquerque,  membro da anterior Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC),  e cocriador da plataforma digital eleitoral. De acordo com Francisco Costa a anulação “não é válida”.

Perante esta situação, João Albuquerque garante que o eleitor em questão não estava nos cadernos eleitorais. O antigo dirigente da DG/AAC nega ter anulado qualquer tipo de voto: “Eu apenas relatei que a pessoa não estava presente nem na plataforma nem nos cadernos”.

“Vários associados foram mandados embora”, afirma Francisco Costa

Francisco Costa não tem dúvidas: “a eleição (para o CF/AAC) não tem o mínimo de legitimidade”. O antigo presidente do órgão de fiscalização da Académica apontou várias falhas a todo o processo. Segundo Francisco Costa vários associados foram proibidos de votar e verificou-se inclusive a interferência de elementos externos à AAC, que indicaram quem é que podia e não podia votar nestas eleições.

“Obviamente que não queremos avassalar esta casa com mais um escândalo eleitoral mas se há coisa que não queremos é que esta casa seja rotulada por toda a imprensa e por todas as pessoas que acompanham a AAC de uma casa que só tem eleições fraudulentas”, remata o ex- dirigente do Conselho Fiscal.

“Não houve qualquer tipo fraude”

Dora Santo refuta as acusações garantindo que não houve qualquer irregularidade no ato eleitoral. “Não há qualquer indicio de fraude, simplesmente houve uma alteração de método eleitoral”, afirma Dora Santo. O objetivo segundo a presidente da CF/AAC passou por não a suspender a urna urna 35 durante uma ou duas horas. Dessa forma, segundo Dora Santo a Comissão Eleitoral procurou salvaguardar toda a eleição.

Eleição suspensa até às 15:00 de sexta-feira

Com os votos para os primeiros dois contingentes só falta mesmo saber o resultado para os segundos contingentes do CF/AAC e do CD/AAC. O erro nos cadernos electrónicos que levou à entrega dos votos por envelope só será resolvido na sexta-feira.  Às 15:00 desta sexta-feira, dia 28 de maio, o sistema faz o backup e a Comissão Eleitoral terá finalmente acesso aos dados necessários. Depois disso será, ainda, necessário efetuar o cruzamento entre os votos por envelope e os cadernos electrónicos para perceber se ninguém votou duas vezes.

O ato eleitoral presencial decorreu durante o dia de quinta-feira, dia 27 de maio, entre as 10h00 e as 19h00, nas faculdades e na cantina dos grelhados. O voto antecipado teve lugar no dia 24 de maio.