Paulo Coelho: “É importante que as pessoas ligadas à Universidade promovam valores diferentes dos que o Chega promove”

O comentário do programa de 19 de Maio ficou a cargo de Paulo Coelho, comentador habitual da RUC e professor de cadeiras de Mestrado Integrado em Engenharia Civil e  Doutoramento em Engenharia Civil.

“É importante haver níveis de ensino com características diferentes para haver opções consoante o que se procura”

Este comentário iniciou com o comentário de Paulo Coelho a uma questão que tem sido alvo de muito escrutínio com a iminência das eleições para a presidência do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), ao fim ao cabo perceber se uma aproximação e possível integração do IPC com a Universidade de Coimbra (UC) seria benéfica. Embora reconheça a sua experiência enquanto professor universitário como insuficiente para ponderar todas as variáveis desta equação, o professor da FCTUC é de opinião que ambas as instituições têm características diferentes no que toca aos métodos de ensino e que por isso manter as suas identidades é importante. Posto isto Paulo Coelho reforça ainda que esta  perspetiva, na sua opinião, acarreta vantagens e desvantagens, e que por isso é incapaz de ter uma posição frontal acerca do assunto.

“O tipo de discurso do Chega é absolutamente intolerável”

Com a aproximação da convenção do partido político Chega que se vai realizar nas Caves de Coimbra, tendo a esse propósito aparecido um movimento cívico em Coimbra intitulado de “Semana da Resistência” que visa combater essa força política e aquilo que ela representa, o comentário incidiu também sobre a presença crescente do partido dirigido por André Ventura no panorama político nacional. Em relação a este aspeto, Paulo Coelho considera que, embora existam alguns pontos em que seja possível enquadrar-se com o discurso do Chega, em certos aspetos o partido tem um discurso intolerável na sociedade em que vivemos, apontando Paulo Coelho que há formas mais corretas de resolver os problemas do que aquelas que o Chega apresenta. Para o professor, a questão mais relevante é a maneira como os cidadãos devem reagir perante um discurso agressivo e perante debates ideológicos caóticos da parte do Chega, alertando que responder “na mesma moeda” é uma tentação a que não se deve ceder.

“Qualquer avanço tecnológico nesta área acaba por ter vantagens”

A propósito da instalação e implementação do sistema e da aplicação SASUC GO, que marcou a entrada na era tecnológica por parte dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra, Paulo Coelho referiu que os avanços tecnológicos são sempre bem vindos uma vez que trazem vantagens quando bem aplicados nesta área, referindo ainda  que ainda existem outras iniciativas, nomeadamente no que toca à sustentabilidade ambiental, nas quais gostaria de ver maior aposta por parte da Universidade.

“A sensação que tive foi que os meus alunos adquiriram conhecimentos semelhantes em termos qualitativos”

Na reta final do programa, questionamos Paulo Coelho acerca da sua experiência no ensino à distância e das possíveis aprendizagens que poderiam ser transpostas para o futuro do ensino na UC. Sendo o professor de Engenharia Civil alguém que acredita que não há nada que substitua o ensino presencial, confessa que viu, apesar de algumas desvantagens, também bastantes vantagens neste modelo de ensino. Paulo Coelho reforçou que o ensino durante o confinamento se manteve íntegro e com qualidade assegurada, embora as aprendizagens tenham sido por vezes feitas de maneiras diferentes, não reconhecendo qualquer fundamento na teoria de que os estudantes licenciados no passado ano letivo devem possui a marca pejorativa de “licenciados covid”.

Se desejar ouvir o comentário à atualidade de Paulo Coelho na sua globalidade, pode aceder à entrevista completa no link deixado acima.