CDU pede reforço da confiança dos portugueses nas próximas autárquicas
“Regionalização” , “Poder Local forte” e “não será o Programa de Recuperação e Resiliência que vai dar resposta aos grandes problemas”, palavras ditas por Manuel Pires da Rocha, Francisco Queirós e Jerónimo de Sousa na apresentação dos candidatos da Coligação Democrática Unitária (CDU) ao Município de Coimbra.
Manuel Pires da Rocha, candidato à Assembleia Municipal de Coimbra, ontem, dia 18, na Praça 8 de Maio, abriu a contenda ao mencionar que com a descentralização de competências em curso, o Estado pretende livrar-se de responsabilidades para as colocar no Poder Local sem o devido pacote financeiro. Para o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, “não é sério falar de descentralização quando se persiste em negar a regionalização”.
Já o recandidato à Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Francisco Queirós, prometeu bater-se pela reposição do mapa das freguesias do concelho, das atuais 18 para as 31 que existiam antes da reforma coordenada por Manuel Porto, ao tempo do governo de Passos Coelho.
O ainda vereador da Câmara de Coimbra, num discurso longo enumerou o trabalho que tem desenvolvido nas áreas de habitação social, Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) e serviço médico-veterinário no Canil/Gatil Municipal. Nos bairros camarários a CMC já investiu 11 milhões de euros e vai desenvolver o programa de Estratégia Local de Habitação orçamentado em 33 milhões de euros, lembrou.
“A reposição das freguesias” foi outra das exigências subscritas pelo secretário-geral do PCP.
Pelo discurso de Francisco Queirós passaram ainda a defesa da “Cultura enquanto direito” e o apoio à Candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura em 2027, por ir deixar “sementes que perduram”. O candidato da CDU não esqueceu o Rebolim ao mencionar “as intervenções “totalmente absurdas” da CMC no espaço. Algumas das bandeiras da CDU no concelho voltaram a ser lembradas como a defesa do Hospital dos Covões, a necessidade de obras e pessoal nas maternidades ou a reposição da Linha de Caminho de Ferro da Lousã.
O acompanhamento na rua das lutas dos trabalhadores de várias empresas do distrito foram a oportunidade para Francisco Queirós aludir aos militantes do “PCP, PEV e independentes ” que constituem a CDU, “homens e mulheres profundamente ligados à vida”, disse. O candidato concluiu solicitando aos portugueses o reforço da CDU nas próximas Eleições Autárquicas e o empenho dos militantes – “a nós ninguém nos leva ao colo, vamos ao trabalho”, enfatizou.
Jerónimo de Sousa também abordou as questões de “trabalho” e a pobreza que ainda existe no país.
A alteração dos direitos laborais foi razão para o secretário-geral do PCP infringir um forte ataque aos partidos à sua direita no espetro político acusando-os de constituírem uma “frente unida com o PS” contra as propostas do PCP que visem “salvaguardar” direitos dos trabalhadores.
A Europa não ficou de fora do discurso de Jerónimo de Sousa quando falou da pouca participação das autarquias na distribuição dos fundos europeus e criticou as opções que estão mapeadas no Plano de Estabilidade que o governo apresentou em Bruxelas e cujo investimento está sujeito ao que chamou de “colete-de-forças dos critérios restritivos do Tratado Orçamental”.
“Não será com o Programa de Recuperação e Resiliência, essa bazuca dos milhões que vai dar resposta aos grandes problemas, submetido que está aos critérios e objetivos impostos a partir do exterior e não a partir das necessidades e problemas que o País enfrenta”, desenvolveu o secretário-geral do PCP.
Terminou manifestando a convicção de que o voto na CDU “vale a pena”. O cartaz que enquadrava a apresentação prometia um “Futuro de Confiança” com “trabalho, honestidade” e “competência”.