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Miguel Franco: “Coimbra é uma cidade ingrata para o desporto”

A retoma do desporto, a situação financeira das secções desportivas e as questões dos espaços na sede da AAC, foram os assuntos abordados no programa desta sexta-feira.

O comentário do Observatório de dia 14 de maio, contou com a presença de Miguel Franco, presidente do Conselho Desportivo da Associação Académica de Coimbra (CD/AAC). Os temas centrais da conversa foram  a  situação financeira das secções desportivas, a necessidade de apoios monetários e do apoio da comunidade conimbricense. No final, houve ainda algum tempo para debater a questão da distribuição de espaços do edifício sede da AAC.

“No geral a situação é muito deficitária”

A pandemia e os dois confinamentos foram sinónimos de prejuízo. Para além da perda de atletas, as perdas financeiras também foram significativas.  A situação económica nas secções desportivas já não era a melhor, e com a situação pandémica o problema só se agravou, admite Miguel Franco. Além da perda de patrocinadores, as secções desportivas perderam igualmente as receitas da Queima das Fitas (QF), que em condições normais representam uma verba importante do financiamento do desporto da Académica. De recordar que 26 por cento das receitas da QF vão para o CD/AAC, algo que não aconteceu nos últimos dois anos por causa da pandemia.

Dívida da DG/AAC ao CD/AAC está estancada

Também foi abordada a dívida da Direção Geral ao Conselho Desportivo, dívida que não está a ser acumulada, mas também não vai ser paga num breve espaço de tempo, afirma Miguel Franco. Nesse sentido, o presidente do CD/AAC revelou que montante está “estancado” entre os 200 e os 300 mil euros e que têm sido dados importantes passos na resolução do problema.

Pavilhão Jorge Anjinho pode ser arrendado a privados

Outros dos temas da conversa foi o Pavilhão Jorge Anjinho, a intitulada “Casa da Académica”. Miguel Franco não tem dúvidas que a infraestrutura está pronta para competições e que pode ser rentabilizada do ponto de vista financeiro. Para tal é preciso uma “gestão criativa” através do arrendamento de escritórios localizado no pavilhão a privados. Nesse sentido, Miguel Franco não tem dúvidas que é preciso procurar outras fontes de receita sempre com a cidade em vista. Ou seja, para o presidente do CD/AAC é necessário um maior envolvimento das instituições da cidade no apoio das secções desportivas da Académica. Para Miguel Franco esse apoio tem de ser visto como um verdadeiro investimento e não como um apoio simbólico ao desporto academista. Questionado sobre a ligação Coimbra-Desporto, Miguel Franco foi assertivo: “Coimbra é uma cidade ingrata para o desporto”.

“O Conselho Desportivo não está a exigir salas”

Um dos assuntos que tem sido alvo de discussão nos últimos meses no seio da Associação Académica é o novo regulamento de espaços do edifício-sede, na Rua Padre António Vieira. Miguel Franco admite que o documento já foi analisado por parte do Conselho Desportivo, mas que ainda não foi discutido em plenário de Secções Desportivas.  Segundo as palavras de Miguel Franco, é necessária uma reorganização dos espaços da sede da AAC, pois ao longos dos tempos várias secções aumentaram as suas necessidades e outras que diminuíram as mesmas.

A grande maioria das secções desportivas estão no seu quotidiano presentes noutras infraestruturas, contudo também precisam de ter salas para albergar uma parte mais administrativa, como reuniões e documentação. Miguel Franco neste sentido espera que todas as secções tenham lugar na sede da AAC e condições para tal. De forma a que isto aconteça o presidente do CD/AAC acredita que existe a necessidade de reorganizar as salas para que toda a gente tenha um espaço digno para trabalhar, mesmo que haja partilha de salas, solução que Miguel Franco aponta como ideal.

Reitoria tem a responsabilidade de fazer obras no edifício-sede da AAC

O programa fechou com os problemas da sede Academista na Rua Padre António Vieira. Além da falta de espaços, a precariedade das salas e acessos no edifício tem sido alvo de muita discussão e contestação nos últimos meses. Na opinião de Miguel Franco, a Reitoria enquanto proprietária do edifício-sede da AAC devia acautelar os problemas existentes na casa academista, nomeadamente no que toca aos acessos para pessoas com mobilidade reduzida. O presidente do CD/AAC deixou ainda um alerta a título pessoal: “se houver um incêndio só há um acesso de escadas no edifício e não há escadas de urgência.” Um aviso de Miguel Franco sobre um dos temas que tem causado maior discussão no seio das secções e organismos autónomos presentes na sede da Académica.

A entrevista na integra pode ser escutada no nosso serviço de Podcast ou então no Spotify (Observatório).

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