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A FENPROF não tolera mais o bloqueio na resolução dos problemas por parte do Governo

A Federação Nacional dos Professores (FENPROF), organizou em Coimbra uma conferência de imprensa com o intuito de anunciar a forma de luta a que, em abril, os professores irão recorrer e quais os objetivos que pretendem.

Foi no dia 19 de março que a Federação Nacional dos Professores (FENPROF), a maior federação sindical docente do país,  organizou em Coimbra uma conferência de imprensa para relembrar quais são as reivindicações dos professores e quais as lutas que a classe profissional vai continuar a travar num futuro próximo.

O ensino, desde março do ano passado, já enfrentou um primeiro confinamento com dificuldades na adaptação ao ensino remoto, seguido de uma fase de ensino presencial onde se registaram desafios em cumprir com as normas de segurança sanitária, tendo agora numa última fase retornado ao ensino à distância por virtude de um novo confinamento, onde se registam os mesmos problemas do ano passado. É então agora, a partir deste mês de março, que professores e alunos enfrentam uma nova fase de regresso gradual ao ensino presencial. Neste sentido, a FENPROF veio dar voz às queixas e reivindicações dos professores, apontando os problemas de diversos níveis que afetam a classe profissional. Os sindicalistas relembram ainda a necessidade resolver as dificuldades causadas pela pandemia, mas nunca descurando as outras questões que já são as lutas mais antigas dos professores, que se prendem com as carreiras e com as condições de trabalho.

No seguimento da conferência de imprensa, a RUC entrevistou Mário Nogueira, dirigente da FENPROF, para perceber melhor as motivações que alimentam o descontentamento dos docentes do nosso país.

Mário Nogueira começou por falar da experiência do último ensino à distância, tendo-o mesmo classificado como “muito mau para as aprendizagens” e responsável por cavar diversas desigualdades. Para o sindicalista é de extrema importância que, uma vez iniciado o ensino presencial, não haja um retrocesso para o ensino em casa. A este propósito, deixa então uma dura crítica à atuação do Ministério da Educação na maneira como tem gerido o ensino no contexto pandémico:

Com o plano de desconfinamento do país em andamento, está previsto um gradual “desconfinamento” do ensino. Neste sentido, foi garantido aos professores que estes seriam vacinados o mais depressa possível com o intuito de evitar que as escolas se tornem focos de contágio, e que venham por isso prejudicar a recuperação pandémica da sociedade. No entanto, Mário Nogueira aponta que este processo não está a decorrer adequadamente do ponto de vista estratégico.

O dirigente da FENPROF lamenta ainda a falta de informação para a classe dos professores na maneira como este processo de vacinação vai ocorrer. Ainda neste tópico, reforça que a vacinação por si só não constitui uma luta eficaz contra a pandemia,  será necessário tomar mais precauções para garantir a segurança sanitária das escolas.

A propósito do ensino à distância, Mário Nogueira refere uma das situações que considera mais vergonhosas no que tocou aos atropelos às condições de trabalho dos professores durante o confinamento: o desrespeito pela legislação que regula o teletrabalho.

Mas, nas palavras de Mário Nogueira, “os problemas não se esgotam na questão da segurança sanitária”, existem outras questões crónicas que os professores e os sindicatos têm vindo a requerer ao longo dos anos. Relativamente a estes aspetos, o dirigente sindical afirma que, da parte do Ministério de Educação, não tem havido qualquer movimentação no sentido de aceder aos pedidos dos professores.

Como forma de protesto em relação à falta de apoio por parte do Ministério da Educação, a FENPROF convocou então os professores a juntarem-se numa Ação Nacional de Luta, com data marcada para o dia 17 de maio, a ocorrer em Lisboa junto ao Centro Cultural de Belém. O dirigente da FENPROF revela qual a mensagem que os professores querem deixar ao Governo português com esta manifestação.

Relembramos que o ensino no nosso país já começou esta segunda-feira, dia 15 de março, com a reabertura das creches, do pré-escolar e do 1º ciclo. Já  os 2.º e 3.º ciclos, reabrem dia 5 de abril, seguidos do ensino secundário e superior que apenas vão regressar a 19 do mesmo mês.

 

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