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Investigadores da UC recebem financiamento da FCT

Os projetos têm a duração de um ano e têm como tema o Holocausto.

Dois investigadores da Universidade de Coimbra (UC) receberam financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), com projetos focados no Holocausto. O concurso da FCT, que foi aberto pela primeira vez este ano com a temática do holocausto, financia projetos de investigação centrados na disponibilização de recursos educativos e produção de conhecimento científico sobre o tema.

O projeto “O Holocausto em português: um repositório dinâmico de recursos educativos” é um dos projetos financiados pela FCT e é liderado por António Sousa Ribeiro, investigador do Centro de Estudo Sociais (CES) e professor catedrático aposentado da Faculdade de Letras da UC (FLUC).

Como refere o investigador, o seu projeto vai ao encontro das diretrizes da FCT e pretende criar uma base de dados com materiais de difícil acesso sobre o tema do Holocausto, tal como o título sugere.

O projeto obteve um financiamento de cerca de 32 mil euros, valor que o investigador do CES considera reduzido para todas as despesas existentes, mas mantém em aberto a possibilidade de se recandidatar a um novo financiamento no próximo ano.

João Paulo Avelãs Nunes é o outro investigador merecedor do financiamento da FCT, no valor de cerca de 34 mil euros, e confessa ser da mesma opinião que António Sousa Ribeiro, em relação ao valor reduzido, referindo que “seria útil mais financiamento”. Porém, não ficou surpreso com o valor, sendo que este é apenas um projeto preliminar, e a equipa “adequou o projeto ao tempo e aos recursos anunciados”.

O investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20) e professor da FLUC é líder do projeto “MemoMarranos”, que se integra num processo de consolidação de uma rede internacional de investigadores e instituições que produzem e divulgam conhecimento sobre judeus, “marranos”, antissemitismo e Holocausto.

O projeto pretende identificar a documentação relevante sobre a evolução dos portugueses que, nos séculos XIX e XX eram chamados de “marranos”, nome dado a cidadãos portugueses, descendentes dos “judeus” e dos “cristãos novos”, como explica João Paulo Avelãs Nunes.

Ambos os investigadores revelam a necessidade de discutir e estudar o Holocausto, sendo este um tema “de grande importância”, como refere António Sousa Ribeiro, acrescentando que “continua a condicionar o nosso presente”.

João Paulo Avelãs Nunes acrescenta que este tema também está interligado com Portugal, sendo “uma questão interna”.

O investigador do CEIS20 destaca, também, o prestígio da UC, sendo que em seis projetos financiados, dois deles pertenciam a investigadores da Universidade.

Os projetos, com a duração de um ano, foram aprovados para receber financiamento no âmbito do apoio especial a projetos de investigação e desenvolvimento (I&D) sobre o tema “Portugal e o Holocausto: investigação e memória”, apoio inserido no “Nunca Esquecer” – Programa Nacional em torno da Memória do Holocausto.

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