Rumo à Conquista da Liga 3: A Odisseia Gastrónomica e cultural da Académica de Coimbra
Entre viagens e tradições, a Associação Académica de Coimbra / OAF enfrenta sete adversários na fase final da Liga 3, numa verdadeira maratona futebolística de norte a sul do país. A RUC preparou uma lista de informações fundamentais para atacar esta maratona.
Este fim de semana começa a grande viagem da Associação Académica de Coimbra / OAF na fase final da Liga 3. Depois de uma fase regular muito centrada na grande Lisboa, a Académica vai ter de viajar literalmente de “Norte a Sul”, fazendo jus a uma das músicas mais conhecidas da Mancha Negra. Para aguçar o vosso apetite, deixamos um pequeno guia sobre os sete clubes que vamos enfrentar nesta reta final do terceiro escalão do futebol português.
Futebol Club de Felgueiras 1932
Fundado em 1932, este clube, sediado no coração do distrito do Porto, teve o seu apogeu desportivo na década de 90, quando se elevou ao pináculo do futebol nacional ao atingir a elite da 1ª Divisão na temporada 1995/96 com Jorge Jesus ao leme da equipa nortenha e com Sérgio Conceição, antigo timoneiro da Académica, a brilhar pelo corredor direito.
Os jogos em casa do FC Felgueiras ocorrem no Estádio Dr. Machado de Matos, um palco que pode acolher até 8 mil espectadores. Já fora das quatro linhas, a cidade de Felgueiras não é alheia a contornos dramáticos. Fátima Felgueiras, antiga presidente da câmara municipal, viu-se enredada num escândalo político que sacudiu a esfera pública no ano de 2004, envolvendo acusações de corrupção e financiamento ilegal no famoso caso do “saco azul”.
Os mais novos não se recordarão, mas este caso virou escândalo nacional, culminando com a fuga da ‘Fatinha’ de Felgueiras para o Brasil, num dos episódios autárquicos mais marcantes da história da democracia portuguesa. Alguns meses depois, e após beneficiar da dupla nacionalidade luso-brasileira, a ‘Fatinha’ voltou a Portugal em estilo napoleónico, enfrentou a justiça e reconquistou o seu lugar na autarquia. Como é que a história acabou? Com uma pena suspensa de três anos de prisão para a autarca de Felgueiras e mãe da jornalista da TVI, Sandra Felgueiras.
A culinária local é coroada pelo Pão de Ló de Margaride, uma iguaria que se destaca na rica gastronomia portuguesa. E para os que se aventuram a viajar, a distância até Coimbra pela A1 é de aproximadamente 1 hora e 51 minutos, cobrindo 171,6 quilómetros de estrada. Será o nosso adversário na jornada dois, marcada para o dia 17/02, com início marcado para as 19:00, uma hora adequada para um jantar bem quentinho após o final do jogo.
Lusitânia Futebol Clube Lourosa
O Lusitânia Futebol Clube Lourosa é um clube situado na cidade de Lourosa, concelho de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro. O Lusitânia disputa os seus encontros no Estádio do Lusitânia FC Lourosa, que tem capacidade para 8.000 pessoas. Com uma forte ligação à empresa Mestre da Cor, o Lusitânia encerrou a fase regular na 2ª posição da Série A.
Lourosa é hoje reconhecida como a cidade dos três “C”: Cidade Capital da Cortiça, graças à importante indústria corticeira da região. As famosas fogaças são o ex-líbris da doçaria local. Não se pode esquecer a regueifa, o saboroso pão doce típico da Páscoa, muito apreciado em Terra de Santa Maria. E para completar o roteiro gastronómico, os caladinhos, uns biscoitos redondos e achatados de sabor único, são imperdíveis. O nosso embate contra esta equipa está marcado para a jornada três, no dia 25 de fevereiro, com o horário ainda por definir.
Varzim Sport Club:
O Varzim Sport Club, clube emblemático da Póvoa de Varzim, foi fundado em 25 de dezembro de 1915, inicialmente conhecido como Varzim Foot-Ball Club. O clube possui um histórico digno de nota no futebol português, incluindo 21 presenças na primeira divisão e uma posição honrosa em 5º lugar. Atualmente, a equipa é comandada pelo “inconfundível” Vítor Paneira, ex-internacional português e figura passada da Académica.
Reconhecida pelas suas delícias do mar, a Póvoa de Varzim acolhe o Estádio do Varzim Sport Club, o qual tem capacidade para 7.280 espectadores, sendo um dos Estádios mais complicados de jogar em Portugal. A cidade também é marcada pela herança literária de Eça de Queiroz, homem que também passou por Coimbra, e que imortalizou a Póvoa com a sua expressão “Sou um pobre homem da Póvoa de Varzim“. Só esperemos deixar a Póvoa mais pobre após o nosso confronto com a equipa nortenha e de barriga cheia depois de comer um belíssimo peixinho à beira mar.
Será o nosso adversário na jornada sete marcada para o dia 30 de março.
Sporting Clube de Braga “B”:
Os Arsenalistas, ou mais recentemente conhecidos por Guerreiros do Minho, não deixam muito a dizer sobre si, verdade? São miúdos, e jogam com um equipamento igual ao da equipa principal. A maior curiosidade talvez seja o médio defensivo chamado D’Ávila – não o confundam com o nosso Davilla, oriundo do mítico e fantástico Grémio Anápolis, esse clube que nos emprestou tantos “craques” quando a Académica militava na 1ª divisão.
É na doçaria que Braga se destaca pela originalidade e requinte, com o seu pudim Abade de Priscos, os doces de romaria e os biscoitos secos perfeitos para acompanhar um chá, entre outras iguarias de longa tradição conventual e popular. Entre tantas delícias, encontramos também pratos típicos da cozinha bracarense: Bacalhau à Braga; Papas de Sarrabulho; Rojões à Minhota ou Cabrito Assado à Moda de Braga.
A equipa bracarense será a nossa adversária na jornada quatro com horário da partida ainda por definir.
Atlético Clube de Portugal:
O Atlético Clube de Portugal é um clube português, localizado na cidade de Lisboa, mais exactamente na freguesia de Alcântara. Foi fundado em 18 de setembro de 1942 fruto da fusão de 2 clubes de Alcântara (Carcavelinhos Football Clube) e Santo Amaro (União Foot-Ball Lisboa).
O Atlético conta com duas presenças na final da Taça de Portugal, em 1946, tendo perdido a final em ambas as ocasiões. Dois lugares no pódio do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão e a conquista da 2.ª Divisão em 1944/45, ficam como os maiores feitos do Atlético na sua história.
Contudo, diz-se que o Atlético Clube de Portugal começou a perder sua influência no final dos anos 60 devido à construção da ponte sobre o rio Tejo, inicialmente denominada Ponte Salazar e atualmente conhecida como Ponte 25 de Abril. A construção da ponte provocou mudanças significativas no bairro próximo ao campo do clube, obrigando muitos residentes a mudar-se para zonas como os Olivais e a Amadora, o que resultou numa perda considerável de adeptos para o clube.
Um dos momentos mais marcantes nos anos mais recentes do Atlético foi a sua vitória sobre o FC Porto por 1-0 no estádio do Dragão, em jogo a contar para a Taça de Portugal 2006/2007. A aventura da equipa Lisboeta nessa temporada só terminou na sexta eliminatória da prova, frente à Académica, com um golo de Cláudio Pitbull já em período de compensação, jogador que estava emprestado pelo… FC Porto.
Em termos de gastronomia, Lisboa, e em particular a zona de Alcântara, oferece uma vasta seleção de locais para comer e beber, muitos com vistas encantadoras para o rio Tejo.
A equipa lisboeta será nossa adversária na jornada cinco, no dia nove de março, em horário a definir.
Futebol Clube Alverca:
O FC Alverca, clube original do famoso “Khadifi dos pneus”, mais conhecido por “Orelhas” ou Luís Filipe Vieira, antigo presidente dos Ribatejanos e de um certo clube lisboeta, tem no seu palmarés cinco participações no escalão maior do futebol português, com a melhor classificação sendo um 11º lugar na temporada de 1999-2000. Durante essas épocas, passaram pelo clube vários craques, entre os quais os internacionais palancas Mantorras, Akwá e André Macanga (uma lenda do Calhabé), os russos Vasili Kulkov e Sergey Ovchinnikov, ou os internacionais portugueses Deco e Ricardo Carvalho, entre muitos outros talentos.
Os jogos de futebol do FC Alverca são realizados no Complexo Desportivo do FC Alverca, que conta com um estádio capaz de acomodar 7.705 espectadores sentados.
Quanto à viagem de Coimbra a Alverca? Faz-se em 1 hora e 46 minutos sensivelmente, numa distância de 187 quilómetros pela A1. A sopa de bacalhau, os linguadinhos, o melão da Lezíria (um dos produtos agrícolas de maior projeção a nível nacional) e os bolos regionais – “Garraios” e “Lezírias” – são algumas das especialidades mais saborosas da região, que definitivamente valem a pena experimentar.
A equipa ribatejana recebe a Briosa na penúltima jornada, no dia 12 de maio, em horário a definir.
Sporting Clube da Covilhã:
O Sporting Clube da Covilhã, também conhecido como “Leões da Serra”, é um clube histórico que se situa na pitoresca cidade da Covilhã. Fundado em 1923, o clube tem-se destacado pela sua resiliência ao longo dos anos no panorama do futebol português. Os jogos em casa realizam-se no Estádio Municipal José dos Santos Pinto, que se encontra no coração da Serra da Estrela, um dos campos mais duros da Liga 3.
A Covilhã é singular, afamada pela sua forte ligação à indústria da lã, sendo considerada um dos centros históricos da indústria têxtil em Portugal. Quem por lá passar não deve deixar de experimentar o famoso queijo da Serra da Estrela, uma relíquia gastronómica da região, sem esquecer os enchidos e o mel de elevada qualidade.
Viajar entre Coimbra e a Covilhã é um autêntico passeio pela natureza, durando aproximadamente 1:30 ao longo de cerca de 140 quilómetros, percurso esse feito, na sua maioria, através da A23. Considerando a singularidade e a tradição, o embate com a Académica anuncia-se como mais um episódio empolgante na história destes dois emblemas. E, claro está, após uma partida intensa, nada como relaxar ao saborear um pouco da gastronomia local e recuperar energias com uma vista deslumbrante da serra.
A equipa serrana será nossa adversária na primeira jornada já no próximo dia 10 de fevereiro, com inicio marcado para as 17:30 no Estádio Cidade de Coimbra. Por seu turno, a Briosa vai à Serra no dia sete de abril, com hora ainda por definir.