FMM Sines: a energia de volta ao castelo
Explosão de cultura e energia no primeiro dia no castelo. O destaque da noite foi Letrux, com quem a RUC falou e que confessou que aquela noite foi um “concretizar de um sonho”.
Letrux
Os concertos à noite no Castelo de Sines iniciaram-se com a atuação de Letrux.
Trouxe ao FMM o seu segundo álbum “Letrux aos Prantos”, lançado em 2020, a 13 de março, que coincidiu com o dia em que o Brasil parou com a pandemia.
A RUC teve oportunidade de falar com Letrux na sala de imprensa do festival. A artista começou por confessar que atuar perante o público de Sines foi a realização de um sonho.
A artista falou também sobre a sensação de, depois de lançar o seu segundo álbum em plena pandemia, cantá-lo ao vivo quase dois anos depois.
O concerto começou desde o início com uma energia vibrante e positiva. Letrux envolveu o público com a sua performance expressiva e com sentido de humor.
Temas ligados aos direitos humanos, como feminismo e as lutas pela igualdade de géneros, e contra o racismo e a homofobia, são sempre lidados com grande relevância, mostrando sempre a sua cara em palco.
A meio da sua atuação, a artista vestiu a camisola e mostrou também a bandeira de Lula2022. Aos microfones da comunicação social, explicou este seu posicionamento político.
Quando questionada sobre o futuro, Letrux revelou que conta com o lançamento de um álbum no próximo ano.
A RUC abordou também os vários ramos artísticos em que a artista se insere, o que a fez recordar as suas inspirações e infância ligada à arte.
No entanto, nem tudo é um mar de rosas. Quando questionada acerca de como é ser um artista independente no Brasil, Letrux relembra as dificuldades atravessadas neste meio.
Ainda houve tempo para a artista falar sobre um lado menos bom da sua infância, onde sofreu de violência e bullying, e como as pessoas devem encarar esta problemática.
Mdou Moctar
A música tuaregue esteve presente no festival durante o segundo concerto com Mdou Moctar.
A banda vai buscar inspiração à pirotecnia de Eddie Van Halen, ruído de explosão e fragmentação de guitarra, gravações de campo, ritmos de bateria, meditações poéticas sobre amor, religião, direitos das mulheres, desigualdade e a exploração da África Ocidental nas mãos das potências coloniais para abrir um novo buraco no céu com o álbum Afrique Victime.
Uns dos momentos auge do concerto foram os solos do guitarrista principal.
Flavia Coelho
Flavia Coelho começou a sua carreira cantando em clubes e bairros no Rio de Janeiro.
No concerto de ontem apresentou-nos a sua música que resulta de uma mistura de influências do reggae, música africana e brasileira, clássicos da cultura sound system e baile funk carioca.
Juntamente com a sua música, a sua performance criou uma interacção energética e divertida com o público.
Dubioza Kolektiv
Dubioza Kolektiv surgiram num ambiente pós-guerra a partir de um grupo de amigos, da Bósnia e Herzegovina. Na sua música incorporam elementos de hip-hop, dub, ska, raggae, rock, punk, música eletrónica e música dos Balcãs.
O grupo começou a sua atuação com um áudio de uma voz de um aplicativo de traduções, onde foram descritos a banda e os seus elementos de maneira cómica.
A sua creatividade não ficou por aí, com o decorrer do concerto fizeram recurso a placas com setas e palavras que usaram para pôr o público a dançar e a cantar. Fizeram ainda apelo ao público que apoiasse a Bósnia e Herzegovina a voltar a participar na Eurovisão.
Os concertos do dia 27 com grande euforia da parte da banda e dos espectadores